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Regresso ao Futuro na Máquina do Tempo




Da mesma equipa que viria a trabalhar em Quem Tramou Roger Rabbit, temos aqui o primeiro grande sucesso da carreira do realizador Robert Zemeckis e do actor Michael J. Fox. Uma ficção-científica com comédia à mistura, perfeita para ser relembrada aqui, na Máquina do Tempo.

Por Miguel Ribeiro 

Após alguns filmes de pouco sucesso (com Spielberg como produtor) e de finalmente ter atingido algum sucesso comercial com o filme Romancing the Stone, Zemeckis teve a sua grande oportunidade para realizar Regresso ao Futuro, um filme que trata da estória de um jovem Marty McFly, que devido a uma máquina do tempo, criada pelo seu amigo de longa data Doc Brown (Cristopher Lloyd), fica perdido nos anos 50 e que tem de tratar de voltar ao presente, isto enquanto tenta rememendar um erro que cometeu e que impediu que os seus pais se apaixonassem na altura certa, provocando assim um paradoxo temporal que pode levar a que ele nunca chegue a existir.

Para criar esta obra icónica, Zemeckis e Bob Gale trabalharam juntos durante anos para escrever o guião, que chegou a ter várias versões diferentes. Numa das primeiras versões, em vez de viajarem no tempo com o clássico carro DeLorean, as personagens viajavam com um frigorífico plantando no meio de um sítio de teste nuclear. Uma ideia estranha que felizmente foi alterada para um carro. 

A estória surgiu primeiro na cabeça de Gale, quando pensou se seria amigo do seu pai caso o tivesse conhecido na escola. Zemeckis acrescentou a ideia de uma mãe que se mostra muito conservadora, quando na realizade, era muito promiscua na sua juventude. A ideia de se passar nos anos 50, foi puramente a de que, matematicamente, se Marty tivesse 17 anos essa seria a década em que os seus pais andavam na escola, além de que, os anos 50 representavam uma altura em que a cultura jovem se estava a tornar mais influente e com o nascimento do rock n' roll e a expansão dos subúrbios, estas entre outras características, iriam dar um outro sabor à acção presente na narrativa.

Fora todos os conceitos explorados no filme, desde o uso da dimensão temporal, à utilização do choque de culturas, e à ideia de podermos conhecer os nossos pais na altura em que eram jovens, há um ponto que na minha opinião, merece ser referido: é a ideia, de que a mais pequena acção pode alterar todo o nosso caminho. Vemos que Marty, no início do filme, embora meio rebelde e músico, tem medos na vida, como o de não querer arriscar por duvidar das suas capacidades. Observamos isso na personagem, mas torna-se mais curioso quando conhecemos o seu pai, George McFly que tanto no presente (anos 80) como no passado (anos 50) é vítima de bullying por parte de Biff Tannen (o arqui-inimigo de toda a trilogia) e incapaz de se confrontar com pessoas nem de se defender a si próprio, acabando por admitir o mesmo ao filho.

Quando Marty vai parar ao passado, vê como o seu pai era enquanto jovem e quão parecido ele era consigo mesmo, com os mesmo medos e dúvidas quanto às suas capacidades, decidindo-se então, a ajudar o seu pai a conquistar esses mesmo medos. Ao mesmo tempo que esta obra nos entretém, passa uma mensagem ao espectador, uma mensagem que envolve o lutar por nós próprios, pelos nossos sonhos, independentemente da adversidade e de quão difíceis forem as dificuldades à nossa frente.

Há imensas características a falar sobre este filme e pormenores interessantes, desde os efeitos especiais, à forma como os actores estão excelentemente escolhidos para o filme, as cenas icónicas como Marty a tocar e cantar Johnny Be Good de Chuck Berry, à sua banda sonora com Huey Lewis and the News, ao sucesso comercial que teve em 1985 (381 milhões de dólares nos cinemas), mas esta obra, como o nome indica, ficou marcada no tempo e no que toca à sua forma e execução, não há muito a apontar; o filme excede em todos os sentidos a que se propõe e principalmente, cativa-nos com a sua estória e personagens.

 Para recordar: 

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