O primeiro Modo Pop do mês leva-o a um universo de excentricidades e manias que só um conhecido senhor na onda electrónica podia praticar. Convosco Patrick Wolf.
Por Ana Luísa Silva
Menino mauzão, irreverente e deveras surpreendente. É assim que o conhecemos e é assim que ele se deu a conhecer na cena musical. Mas as pessoas vão amadurecendo, mudando e Wolf está a crescer.
O adolescente mais colorido da onda indie começou por lançar dois álbuns que de certo modo não passaram de pouco atraentes ( Lycanthropy em 2003 e Wind in the Wires em 2005), juntando delicados toques de piano e cordas à electrónica mais grotesca. Os dois álbuns foram carismáticos e muito “Patrick-Wolf-adolescente”, mas não chegaram para elevar o artista ao estrelato que ele pretendia.
E é com The Magic Position que Wolf consegue sacudir as nuvens negras e manhosas que se instalaram sob a sua carreira com os álbuns anteriores, redefinindo a sua força melódica e dando início a uma tendência introspectiva fantástica. The Magic Position abre com a energética “Overture” que contém batidas de tambor misturadas com toques de violino e uma grande dose de confiança que pretende mostrar que Wolf descobriu oficialmente a sua vocação.
Enquanto que Wind in the Wires potencia um Wolf mais fechado nas trevas e dado ao melodrama, The Magic Position usa o poder das histórias, o teatro dramático tornando tudo num misticismo irreverente. Que o garantam as músicas “Get Lost”, “Accident and Emergency” e “Magic Position” , que dão a conhecer um Wolf que finalmente faz um pop electrónico fantástico.
A música que dá o nome ao álbum, em especial, fá-lo-á viajar para uma floresta encantada quando riffs de violino e as contraposições vocais de Wolf entrarem em si, deixando-se embalar por letras sombrias que se amaciam através da voz brilhante do menino de ouro.
Deixe-se então levar pela nossa sugestão e deixe-se ficar embevecido por aquele que cresceu por ele mesmo e brilhou em Paredes de Coura em 2009.
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