No início da década de 70 nomes como Robert Plant, Jimmy Page, John Paul Jones e John Bonham não eram de todo estranhos. Até lá, temas como «Whola Lotta Love», «Ramble On», «Immigrant Song» assim como o instrumental «Moby Dick» eram reconhecidos e aplaudidos tanto pela crítica como pelo público, estando reunidos os ingrediente para uma visita ao álbum Led Zeppelin IV no Modo Classic Rock desta semana .
Por Tiago Queirós
Led Zeppelin IV, como hoje em dia é (re)conhecido é a confirmação perante a crítica de uma das melhores bandas de todos os tempos. Se nos anos 90 tinhamos um Deus na guitarra chamado Slash, nos anos 70 tinhamos um autêntico Zeus no cimo do Monte Olímpo agarrado à sua Gibson Les Paul. Guitar-Hero devia ser definição de Jimmy Page.
Robert Plant por sua vez representa o futuro de um frontman que conquista não só pelo seu talento incontestável como pelo seu sex-appeal bastante apelativo para as fãs.
Por outro lado, John Paul Jones representa a multi-faceta de músico. Um autêntico polivalente na banda, tendo como base o baixo e deixando para John Bonham a responsabilidade da bateria.
Esta formação de luxo estava no auge da sua forma e de criatividade, e este álbum explica isso mesmo.Num formato vocalista vs banda, «Black Dog» apresenta um registo bastante curioso visto que os seus tempos e o seu ritmo inconstante deu num dos riffs mais conhecidos da história do Rock.
Os créditos ao contrário do que muita gente pensa, não vão para Page mas sim para J. Paul Jones que na procura de algo mais inconstante e menos dançável criou este incrível riff que se repete intervalado pela belíssima voz de Robert Plant... ah ah ahhh humm.... Oh Yeah! Baby! Isto é Hard Rock no seu estádo Natural. Se «Immigrant Song» anunciava os primórdios do Heavy Metal, como mais tarde «Kashmir» vinha a comprovar, este tema anuncia o género que viria a ditar o futuro da música nos 20 anos seguintes...
«Black Dog» é um título algo a tender para o non-sense total, algum humor avant-guard para a altura. Consta que Robert Plant montou a sua parte em dois takes apenas...Sem dúvida um Joker lançado na primeira jogada. O tema seguinte não dá treguas, e desta vez o mérito é mesmo de Jimmy Page.
«Rock'n'Roll». E nada melhor poderia intitular esta música.O Blues Rock, aquele que automaticamente activa o modo swing, é mais do que visível! «Its been a long time since I rock'n'roll!!» enaltece o vocalista.
A voz de Robert Plant está simplesmente perfeita e a linha de baixo monta toda uma estrutura que relembra passagens entre os anos 50 e 60 , onde os Led Zeppelin foram buscar referências.
Boham não dá descanso aos pratos da bateria, mas quem é rei e senhor é mesmo Page... Os seus riffs são viciantes e perfuram o nosso canal auditivo sem qualquer tipo de aviso. O corpo responde numa tentativa de air-guitar, simplesmente fantástico.
Estão familiarizados com o bandolim? É uma espécie de cavaquinho usado normalmente em temas mais folk, algo mais liguado à música tradicionalmente nórdica... algo que tradicionalmente nenhuma banda de grande estatuto usa... Pois bem, os Led Zeppelin deram-se ao luxo de arriscar neste «The Battle of Evermore». Desligaram os amplificadores e agarraram-se a um som mais "natural" optando por seguir viagem em acústico... Um tema que possivelmente serviu de inspiração a bandas como Blind Guardian, eternos perseguidores das fábulas fantásticas onde duendes viram heróis na luta contra dragões e afins...
Recorde-se que nessa altura já o Tolkien tinha feito das dele, mesmo sem o Orlando Bloom...
Os Led Zeppelin despedem-se deste álbum clássico , curiosamente com uma cover de Kansas Joe McCoy and Memphis Minnie, «When the Levee Breaks» . Tema que se destaca pelo trabalho de bateria de Bonham , marcando o ritmo da música com o volume um pouco mais elevado . A guitarra de Page ouve-se mais ao longe, dando destaque aos vocais que se demonstram capazes de efectuar mudanças de verso a verso , com rasgos que caracterizam a banda e que se distinguem de tudo o resto.
Led Zeppelin no seu melhor.
Comentários
Enviar um comentário