Play Hard, die young
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Chegaram. Reinvidicaram.Terminaram. Foi assim o percurso dos Aqui D`el Rock, curto mas intenso. O grupo , formado há 34 anos, fez escola no punk e acabou a fazer história no Boom do rock português nos anos 80. Para recordar no Luso Vintage desta semana.
Chegaram. Reinvidicaram.Terminaram. Foi assim o percurso dos Aqui D`el Rock, curto mas intenso. O grupo , formado há 34 anos, fez escola no punk e acabou a fazer história no Boom do rock português nos anos 80. Para recordar no Luso Vintage desta semana.
Por Gabriela Chagas
Aqui d´el Rock viveu rápido e bem. Assim o descreve um dos seus membros, Óscar, a voz. “Nunca houve a questão de fazer uma carreira, uma repetição, um enjoo”, reforça.
Em conversa com o Som à Letra, Óscar explica que este grupo, que nasceu em 1977, acabou por ser reclamado pelo Punk, ficando mais próximo do punk de raiz americana do que do punk arty de raíz inglesa. Uma caracterização que afirma ter sido reforçada recentemente com um comentário que leu numa publicação inglesa.
O grupo era constituído pelo Óscar (voz), o Alfredo (guitarra), o Fernando (baixo) e o José Serra (bateria) e fez o seu primeiro concerto no C.A.C.O. (Clube Atlético de Campo de Ourique).
Com dois temas, “Há que violentar o sistema” e “Quero tudo”, os Aqui D´el Rock ficaram registados como a primeira banda punk portuguesa a lançar o seu trabalho para o mercado.
Segundo o site do grupo, dois dos elementos fundadores da banda, José Serra e Fernando Gonçalves, já se tinham juntado em 1972 quando formaram a sua primeira banda no local onde viviam, o Bairro do Relógio (aka Bairro do Cambodja), bairro que viria a tornar-se um dos mais marginais de Lisboa.
A explicação histórica no site oficial do grupo contextualiza a forte postura interventiva deste grupo: “Três anos após a chamada Revolução dos Cravos (25 de Abril de 1974), viviam-se em Portugal grandes transformações, mas também imensas dificuldades a muitos níveis” O grupo assume essas vivências e escolhe a sua própria filosofia e é com grande naturalidade que os Ad'R acabam por liderar essa corrente apelidada de “boom” do rock português com temas fortes, letras corrosivas e som agressivo.
Devido à sua incómoda postura, a banda foi alvo de censura. Seguiu-se depois um período de grande actividade onde o grupo gravou o segundo single, participou em programas das principais rádios nacionais (Renascença e Comercial), e actuou em vários espectáculos de norte a sul do país.
A banda ainda chegou a dar uma ajuda a algumas das bandas que estavam a dar os primeiros passos. São alguns exemplos : UHF com o concerto no salão da cervejaria “O Canecão” em Cacilhas, Almada; Os Faíscas e UHF na discoteca “Browns” em Alvalade, Lisboa; Xutos & Pontapés e Minas & Armadilhas na escola “D. Pedro V” em Sete Rios, Lisboa; Festival rock luso/espanhol, conjuntamente com os portugueses Tantra e duas bandas do país vizinho no estádio do Sporting Clube Farense, Faro.
À época posicionavam-se contra o sistema, definindo-se como revoltados desde que nasceram e procurando saída na destruição da sociedade para construir outra melhor.
É mesmo assim?“Sim, search and destroy e o sonho de um mundo diferente. Mas este é o meu ponto de vista. Não é comum aos quatro elementos e ainda bem”, explica Óscar ao Som à Letra.
Mais de trinta anos depois do aparecimento deste grupo torna-se muito pertinente questionar se este espirito combativo ainda se mantém. “A história apenas se repete como farsa e a seguir como tragédia (creio que é uma frase do "18 do Brumario") Os combates são diferentes mas infelizmente no essencial é o mesmo”, remata. “A visão radical que apresentámos foi continuando como tal, mudando e hoje percebemos que é uma questão viral” , conclui.
Nos dias de hoje, os elementos que criaram este grupo deixaram a música , mas não totalmente. Durante anos cada um seguiu o seu percurso. Três elementos do grupo voltaram ao contacto após 25 anos e segundo Óscar, com coisas para dizer.
“Três de nós e depois dois resolvemos escrever um livro ( Livro da Alma ) com musica sob o nome de haalma ( www.haalma.netau.net/)” que fala dos levantamentos populares que se desenham no horizonte”. Na verdade, explica, o grupo sempre foi internacionalista e no início do Livro da Alma explicam que foram procurar respostas nos montes do Atlas. “Mas não esperávamos que estes movimentos partissem dessa zona do globo (Norte de Africa)”.
Deixamos ainda um pouco de história deste grupo documentada no seu site, através deste inventário de concertos e gravações que a banda efectuou no seu curto percurso:
29/04/1978 - Lisboa, Pavilhão do Clube Atlético de Campo de Ourique
06/05/1978 - Cacia
27/05/1978 - Barreiro, Casquilhos
03/06/1978 - Leiria
08/07/1978 - Lisboa, Coliseu (1ª parte "Eddie & Hot Rods")
05/08/1978 - Faro, Estádio de S. Luís
29/09/1978 - Condeixa-a-Nova
21/10/1978 - Covilhã
18/11/1978 - Lisboa, Brown's Club
24/11/1798 - Lisboa, Cine-Teatro da Encarnação
03/02/1979 - Águeda
10/02/1979 - Castelo Branco
17/02/1979 - Almada, Canecão
29/04/1979 - Tomar
05/05/1979 - Lisboa, Liceu D. Pedro V
12/05/1979 - Chaves
26/05/1979 - Coimbra, Olivais
23/02/1980 - Lisboa, Pavilhão de "Os Belenenses" (1ª parte "Wilko Jonhson")
18/04/1980 - Paço de Arcos, Escola Náutica
25/04/1980 - Lisboa, Alameda da Universidade
17/05/1980 - Porto, Pavilhão do Infante de Sagres (1ª parte "Lene Lovich")
18/05/1980 - Cascais, Pavilhão do Dramático (1ª parte "Lene Lovich")
06/06/1980 - * Porto, Pavilhão do Infante de Sagres (1ª parte "Uriah Heep") * O grupo esteve presente, o contrato foi pago mas não houve actuação
12/06/1980 - Lisboa, antiga F.I.L.
14/11/1980 - Lisboa, Pavilhão de Alvalade (1ª parte "Cheap Trick")
03/04/1981 - Caldas da Rainha
11/04/1981 - Lisboa, Clube Oriental de Lisboa
23/04/1981 - Lisboa, Rock Rendez Vous
11/07/1981 - Glória do Ribatejo
18/12/1981 - Vila Franca de Xira (Mau-Mau)
Gravações:
29/04/1978 - Lisboa, Pavilhão do Clube Atlético de Campo de Ourique
06/05/1978 - Cacia
27/05/1978 - Barreiro, Casquilhos
03/06/1978 - Leiria
08/07/1978 - Lisboa, Coliseu (1ª parte "Eddie & Hot Rods")
05/08/1978 - Faro, Estádio de S. Luís
29/09/1978 - Condeixa-a-Nova
21/10/1978 - Covilhã
18/11/1978 - Lisboa, Brown's Club
24/11/1798 - Lisboa, Cine-Teatro da Encarnação
03/02/1979 - Águeda
10/02/1979 - Castelo Branco
17/02/1979 - Almada, Canecão
29/04/1979 - Tomar
05/05/1979 - Lisboa, Liceu D. Pedro V
12/05/1979 - Chaves
26/05/1979 - Coimbra, Olivais
23/02/1980 - Lisboa, Pavilhão de "Os Belenenses" (1ª parte "Wilko Jonhson")
18/04/1980 - Paço de Arcos, Escola Náutica
25/04/1980 - Lisboa, Alameda da Universidade
17/05/1980 - Porto, Pavilhão do Infante de Sagres (1ª parte "Lene Lovich")
18/05/1980 - Cascais, Pavilhão do Dramático (1ª parte "Lene Lovich")
06/06/1980 - * Porto, Pavilhão do Infante de Sagres (1ª parte "Uriah Heep") * O grupo esteve presente, o contrato foi pago mas não houve actuação
12/06/1980 - Lisboa, antiga F.I.L.
14/11/1980 - Lisboa, Pavilhão de Alvalade (1ª parte "Cheap Trick")
03/04/1981 - Caldas da Rainha
11/04/1981 - Lisboa, Clube Oriental de Lisboa
23/04/1981 - Lisboa, Rock Rendez Vous
11/07/1981 - Glória do Ribatejo
18/12/1981 - Vila Franca de Xira (Mau-Mau)
Gravações:
09/06/1978 - 1º single; Estúdios Arnaldo Trindade, Lisboa
09/08/1978 - Video-clip "Há Que Violentar o Sistema", RTP (Filmagens na zona dum palacete em ruínas junto ao Hospital Curry
Cabral, Lisboa)
1979 - 2º single; Estúdios Arnaldo Trindade, Lisboa
15-16-28/12/1981 & 04/01/1982 - Single "Mau-Mau"; Estúdios Arnaldo Trindade, Lisboa
Para recordar:
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