Da bucólica e enregelada Escócia para os escaparates mundiais, conheça a estória da inacessível banda de culto local que se transformou num fenómeno indie global. São os Belle and Sebastian, hoje em Modo Pop.
Por Susana Terra
Seis perfeitos desconhecidos “revolucionaram” o panorama musical escocês, ou melhor, talvez não tanto, dada a profusão de conhecidas bandas nascidas no referido solo, por sinal bem fértil – The Jesus & Mary Chain, Primal Scream, Travis, Cocteau Twins, Simple Minds, Eurythmics ou Franz Ferdinand, entre outros.
A estória começa quando Stuart Murdoch e Stuart David se conheceram enquanto estudantes de música. Para terminar o curso, Murdoch necessitava de fazer umas gravações e Davis ajudou-o a reunir uns amigos. E é esta a génese dos Belle & Sebastian, cujo nome foi inspirado em duas personagens de uma série de livros infantis franceses. Por outro lado, dizem as más-línguas que "Belle" se refere a Isobel (Campbell) e "Sebastian" a Stuart (Murdoch), uma vez que tiveram um relacionamento amoroso durante alguns anos… Isobel Campbell abandonou o grupo em 2002 e fixou a sua carreira a solo nos EUA, sendo bastante conhecida e aplaudida pela crítica na sua colaboração com Mark Lanegan (ex-Screaming Trees, Queens of the Stone Age).
Em Abril de 1996 gravam “Tigermilk”, um álbum com uma distribuição muito restrita (mil exemplares em vinil, raridade que hoje é comercializada a preços proibitivos) nos concertos que a banda dava em Glasgow. Catapultados para o sucesso pela crítica, o estatuto de banda de culto em muito se deveu à sua resistência quer em assinar pelas major labels, no sentido de manter a total liberdade criativa, quer pelo facto de terem adoptado uma postura de inacessibilidade a entrevistas e sessões fotográficas.
No ano seguinte, gravam “If You’re Feeling Sinister”, considerada a obra-prima do grupo, e o sucesso da banda dissemina-se pela Europa. Lançam mais dois álbuns até que em 2000 Stuart David deixa o grupo e, em 2002, é a vez de Isobel Campbell. Neste mesmo ano assinam pela Rough Trade/Sanctuary. Esta mudança acaba por ter reflexos na produção do álbum “Dear Catastrophe Waitress”, com uma sonoridade algo retro, marcada pela etérea leveza e simplicidade pop e cujo segundo single, “I’m a cuckoo”, alcançou boas posições nas tabelas europeias.
Será, contudo, em 2006 que o fenómeno ainda algo circunscrito da banda de culto segue o rumo da mediatização com o álbum “The Life Persuit”, que trouxe os Belle & Sebastian a Lisboa, com a primeira parte a cargo dos Pop dell’Arte.
Ainda em actividade, os Belle & Sebastian são um raro caso de sucesso e de coesão em termos da qualidade dos álbuns produzidos. Tidos como uma das bandas de referência e de influência do universo pop, vale a pena parar uns minutos para relaxar ao som da sublime banda que Glasgow trouxe ao mundo.
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