Avançar para o conteúdo principal

Vídeo do Mês

Viva la Vida: Coldplay



Em 2008, quando os Coldplay estrearam o vídeo promocional da música "Viva la Vida", já o tema circulava por todo o mundo e batia recordes de downloads e vendas, acumulando a liderança das tabelas de vendas do Reino Unido e dos E.U.A.. Pleno de simbolismo histórico, religioso e filosófico, o tema dá voz ao elogio da banda ao Homem-Fénix e ...Viva la Vida!

Por Maria Coutinho


O álbum "Viva la Vida or Death and All His Friends" representa um ponto de viragem na carreira da banda de Chris Martin, que aqui iniciou um novo ciclo. Isto depois de os três primeiros álbuns constituírem, segundo os próprios autores, uma trilogia coesa, agora finda.

Quem esperava o velho estilo de rock alternativo do grupo foi decerto surpreendido por esta nova sonoridade. A titulo de exemplo, Chris Martin e companhia já foram catalogados pela imprensa como art-pop, pop de câmara, ou pop barroco, de tal forma se destacam na composição os instrumentos de orquestra que, em Viva la Vida, chegam a marcar a progressão musical do tema.

Há toda uma gama de novas cores musicais neste trabalho, cores mais quentes que deixam para trás uma nota de melancolia que, de certa forma, caracterizou a infância e adolescência da banda. Celebrando a Liberdade de mudar (Não será por acaso que o quadro "Liberdade Conduzindo o Povo" de Delacroix figura não só na capa do álbum, mas nos dois vídeos oficiais do single), os Coldplay entram na idade adulta com uma maturidade que impressiona, onde cada pormenor foi estudado e executado com grande profissionalismo.

Desde os arranjos do produtor Brian Eno e de Davide Rossi, violinista, à originalidade do lançamento exclusivo pelo iTunes, da manobra do marketing conjunto com a Apple, às abundantes entrevistas dos elementos da banda, tudo se junta à qualidade das letras e das composições, e o resultado é um êxito estrondoso nas vendas e na imprensa. Foi assim que o single, o álbum, a voz e a própria banda foram brindados com nomeações, prémios outros galardões de tudo o que havia para ganhar na cena musical internacional.

Entre 2007 e 2009 eles "limparam" cinco Grammy Awards, dois Q Awards (um deles o de "Melhor artista no mundo actualmente", lideraram tabelas de vendas, bateram recordes de downloads, e o álbum "Viva la Vida or Death and All His Friends" foi mesmo considerado pela BBC como "um dos registos mais vendidos da história no Reino Unido".

O vídeoclip realizado por Hype Williams para o tema "Viva la Vida", que estreou em Agosto de 2008 no site oficial da banda, tinha, assim, caminho aberto para se tornar, ele próprio, num grande sucesso, e foi isso mesmo que aconteceu. O vídeo tornou-se num dos mais vistos do Youtube, tendo registado mais de 60.000.000 de visualizações. Talvez assim se explique o facto (não tão frequente quanto isso no universo musical), de o tema ter merecido honras de lhe ser realizado um segundo vídeo oficial .

E assim se coroou o êxito do tema cujo título foi inspirado directamente no quadro de Frida Khalo que se intitula, nem mais nem menos, do que "Viva la Vida" - pintado nas mesmas cores vibrantes e quentes que podemos reconhecer na obra destes novos Coldplay.




 

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Roquivários no Luso Vintage

Link da imagem O início da década de 80 ficou marcado pelo aparecimento de diversas bandas rock no panorama nacional. A causa foi o estrondoso sucesso do álbum de estreia de Rui Veloso “Ar de Rock” que abriu caminho para novas bandas emergirem. Umas singraram na cena musical, até aos dias de hoje, caso é dos Xutos & Pontapés, UHF ou GNR, enquanto outras ficaram pelo caminho, após algum sucesso inicial. Destas destacam-se os Roquivários que encontraram no tema “Cristina” o seu maior êxito junto do público.    Por Carmen Gonçalves A banda formou-se em 1981 no seguimento do “boom” da cena rock, sob o nome original de “Rock e Varius”. Esta designação pretendia reflectir as influências musicais que passavam por vários estilos, não se cingindo apenas ao rock puro e duro. A música pop, o reggae e o ska eram variantes fáceis de detectar no seu som, e que marcaram o disco de estreia , “Pronto a Curtir”, editado em 1981.   Apesar de a crítica ter sido dura com o trabalho

Pedro e os Apóstolos no Luso Vintage

Link da imagem O gosto pela música é universal, “Mesmo para quem não é Crente”, como diria Pedro e os Apóstolos, uma banda nascida em 1992 e que hoje tem o seu momento na rubrica Luso vintage do Som à Letra. Por Gabriela Chagas Pedro de Freitas Branco, um cantor, compositor e escritor português , que a par deste projecto ficou também conhecido por ter sido co-autor de uma colecção de aventuras juvenis, "Os Super 4", é o Pedro da história.   Reza a história que tudo começou numa tarde de Fevereiro de 1992, numas águas furtadas de Lisboa. O apóstolo Gustavo pegou nas congas, o apóstolo Soares ligou o baixo a um pequeno amplificador de guitarra, e o apóstolo Pedro agarrou na guitarra acústica. Não pararam mais nos quatro anos seguintes. Em 92 produziram eles próprios um concerto de apresentação aos jornalistas e editoras discográficas em Lisboa que despertou o interesse das rádios , que acreditaram no grupo. Em Julho de 1996 gravaram o seu primeiro disco, “Mesmo para

REM no vídeo do mês

 Link da imagem Decorria o ano de 1985 quando pela primeira vez se ouviu o tema “Bad Day” num concerto dos REM em Nova Iorque. Contudo , só 18 anos mais tarde foi editado, tendo surgido na compilação de 2003, “In Time: The Best of REM 1988-2003”. Ainda que originalmente produzida em meados da década de 80, esta música manteve-se actual, tanto no som, como na letra crítica à sociedade americana. Por Carmen Gonçalves Originalmente dominado de “PSA”, uma abreviatura para “Public Service Announcement”, este tema surgiu como uma crítica às políticas do presidente dos Estados Unidos, Ronald Regan. Embora não tenha sido editado, foi o mote para o lançamento em 1987 de “ It's the End of the World as We Know It (And I Feel Fine) ”, um tema com uma cadência similar, que teve um estrondoso sucesso. A parecença dos dois temas não se centra só na letra cáustica de crítica à sociedade americana. Ao escutarmos o ritmo e a sonoridade de ambas, não se pode deixar de verificar as