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Clan of Xymox e a sua "Louise"

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Desde a sua formação, em 1981, na Holanda, os sons dos Clan of Xymox têm estado em constante mudança, sempre auto-superando-se e fazendo-nos quase sempre ficar sem fôlego, após cada novo lançamento. Mas que tipo de música  esta banda faz? Pois bem, é uma música do tipo Synthpop/Euro-dance "fast-beat" "gloomy" e gótico.


Por Paula Cavaco

A maior parte das pessoas conhecedoras de música (ou que se interessam por conhecer música) concordarão que Clan of Xymox é uma banda muito especial, que se tornou perita em nos "atingir" com um dos mais brilhantes sons electrónicos, tendo-se transformado essa, talvez, a sua maior "assinatura". Clan of Xymox tem um estilo musical muito típico...único.

A banda, fundada por Ronny Moorings, em 1981, na Holanda, estava destinada a conquistar tudo... mas primeiro começou por "seduzir" eficientemente a editora 4AD (com o seu mini-album "Subsequent Pleasures"), tornando-se assim no terceiro membro, de uma espécie de "trilogia sagrada" daquela reconhecida editora discográfica, juntamente com os Dead Can Dance e os Cocteau Twins.

Em 1985 o grupo  lança o seu primeiro álbum ("Clan of Xymox") com o "selo" 4AD. Gravado nos estúdios da Palladium, em Edimburgo o registo discográfico fica marcado, em termos sonoros, por sons electrónicos. O som não era o que habitualmente passava nas rádios, fugindo completamente ao "mainstream" da época. No entanto, com o passar dos anos (e mais bandas foram criando sonoridades parecidas), o álbum ganhou o seu "estatuto", como sendo um dos melhores trabalhos dos Clan of Xymox.

Mas em 1987 nascia um trabalho diferente: "Medusa", o segundo álbum do grupo. Um trabalho carregado de uma assombrosa atmosfera e melancolia, mas sem as referências "cliché" a cemitérios e sangue. Estamos a falar de um álbum "dark" mas, ao mesmo tempo, absolutamente brilhante, que deixa transparecer inequivocamente os espíritos talentosos dos elementos que, naquela altura, compunham o "line-up" da banda: Ronny (voz e guitarra), Pieter Nooten (teclados), Frank Weyzig e Anke Wolbert (baixo).

"Medusa" é profundo no seu conteúdo. É a materialização da mais bela forma de descrever os sentimentos, sejam eles amor ou tristeza. Quando se ouve este álbum, fica-se com um sentimento que não tem fim... talvez devido ao facto de que não há fim à dor para as pessoas que sofrem. Esta será a expressão máxima deste trabalho.

O "grito" desta dor, do sentimento que corrói, da verdadeira manifestação da alma ferida é, sem dúvida, a faixa "Louise", uma música que vai crescendo em nós à medida que a "intro" de guitarras "a galope" se desenrola e é "interrompida" por primeiro mencionar o nome de alguém que já não "está".

Em termos líricos, "Louise" é poesia pura, um lamento dolorido por um amor que partiu ("Louise It seemed a long time ago Louise I'll always remember that day..."), uma sufocante materialização por palavras da ausência ("... I feel I am diving deeper Into the darkest caves There's nothing at all To find a way...") e a necessidade de arranjar "culpado" pela perda daquele amor ("... And you promised me You told me You told me empty lies...).

De referir ainda a forma "desesperada" como Ronny "grita" pelo amor ausente, que é absolutamente arrepiante. Em termos de composição musical... "Louise" é a sinfonia de Ronny. Para recordar...

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