Avançar para o conteúdo principal

Rock em Portugal

Histórias na Browns 

 Aqui D`el Rock

Link da imagem


A “Browns” foi uma famosa discoteca (na época dizia-se “Boite”) na zona de Alvalade, em Lisboa.

Na década de 1970 muitos grupos musicais, sobretudo ligados ao nascente (em Portugal) Punk Rock tocaram na “Browns”. Basta referir que foi aí que se estrearam ao vivo os UHF, no já longínquo dia 24 de Novembro de 1978, num concerto em que também participaram os Faíscas e os Aqui D’El Rock.

António Manuel Ribeiro conta a história desse concerto dos UHF no tema “Primeiro Concerto” que faz parte do álbum “69 Stereo”. Curiosamente a letra da canção refere, também os Minas & Armadilhas e os Xutos & Pontapés, mas apenas os Faíscas e os Aqui D’El Rock estiveram nesse concerto ao lado dos UHF. Com certeza que o letrista dos UHF se refere aos Xutos e aos Minas & Armadilhas por ter participado com eles em outros concertos, quando o Punk Rock era ainda muito incipiente em Portugal. Até porque era impossível os Xutos terem estado nesse concerto, uma vez que só apareceram no dia em que os Faíscas terminaram, exactamente a 13 de Janeiro de 1979.

Os Aqui D’El Rock foram a primeira banda Punk portuguesa a gravar um disco, um single com os temas “Há Que Violentar o Sistema” e “Quero Tudo”. Tocaram, também, muitas vezes na “Browns”, mas a sua estreia oficial em concertos foi considerada a primeira parte do concerto dos ingleses Eddie And The Hot Rods, que até nem era bem uma banda Punk, mas ficou como a estreia do Punk Rock em palcos nacionais.

Numa dessas várias actuações dos Aqui D’El Rock na “Browns”, no meio da pista de dança, uma vez que o espaço não tinha palco, onde também participaram os Faíscas e os UHF, o único espaço livre era junto às colunas de som que iam debitando o “barulho” produzido pela banda. Essas colunas de som, pintadas de fresco de cor preta, brilhando como novas, eram uma autêntica armadilha para os recém-chegados ao espaço, uma vez que os “experimentados” já conheciam o “segredo”.

Aristides Duarte 

Para recordar:  

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Roquivários no Luso Vintage

Link da imagem O início da década de 80 ficou marcado pelo aparecimento de diversas bandas rock no panorama nacional. A causa foi o estrondoso sucesso do álbum de estreia de Rui Veloso “Ar de Rock” que abriu caminho para novas bandas emergirem. Umas singraram na cena musical, até aos dias de hoje, caso é dos Xutos & Pontapés, UHF ou GNR, enquanto outras ficaram pelo caminho, após algum sucesso inicial. Destas destacam-se os Roquivários que encontraram no tema “Cristina” o seu maior êxito junto do público.    Por Carmen Gonçalves A banda formou-se em 1981 no seguimento do “boom” da cena rock, sob o nome original de “Rock e Varius”. Esta designação pretendia reflectir as influências musicais que passavam por vários estilos, não se cingindo apenas ao rock puro e duro. A música pop, o reggae e o ska eram variantes fáceis de detectar no seu som, e que marcaram o disco de estreia , “Pronto a Curtir”, editado em 1981.   Apesar de a crítica ter sido dura com o trabalho

Pedro e os Apóstolos no Luso Vintage

Link da imagem O gosto pela música é universal, “Mesmo para quem não é Crente”, como diria Pedro e os Apóstolos, uma banda nascida em 1992 e que hoje tem o seu momento na rubrica Luso vintage do Som à Letra. Por Gabriela Chagas Pedro de Freitas Branco, um cantor, compositor e escritor português , que a par deste projecto ficou também conhecido por ter sido co-autor de uma colecção de aventuras juvenis, "Os Super 4", é o Pedro da história.   Reza a história que tudo começou numa tarde de Fevereiro de 1992, numas águas furtadas de Lisboa. O apóstolo Gustavo pegou nas congas, o apóstolo Soares ligou o baixo a um pequeno amplificador de guitarra, e o apóstolo Pedro agarrou na guitarra acústica. Não pararam mais nos quatro anos seguintes. Em 92 produziram eles próprios um concerto de apresentação aos jornalistas e editoras discográficas em Lisboa que despertou o interesse das rádios , que acreditaram no grupo. Em Julho de 1996 gravaram o seu primeiro disco, “Mesmo para

Espaço "Rock em Portugal"

Carlos Barata é membro da Ronda dos Quatro Caminhos, uma banda de recriação da música tradicional portuguesa, que dispensa apresentações. Nos anos 70 do século XX foi vocalista dos KAMA- SUTRA, uma banda importantíssima, que, infelizmente, não deixou nada gravado. Concedeu-nos esta entrevista. Por Aristides Duarte  P: Como era a cena Rock portuguesa, nos anos 70, quando era vocalista dos Kama - Sutra e quais as bandas de Rock por onde passou?   R: Eu nasci em Tomar, terra que, por razões várias, sempre teve alguma vitalidade musical. Aí comecei com um grupo chamado “Os Inkas” que depois se transformou na “Filarmónica Fraude” com quem eu gravei a “Epopeia”, seu único LP. Quando posteriormente fui morar para Almada fui para um grupo chamado Ogiva, já com o Gino Guerreiro que foi depois meu companheiro nas três formações do Kama -Sutra. São estas as formações mais salientes a que pertenci embora pudesse acrescentar, para um retrato completo, outras formações de mais curt