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Patrick Watson, directamente do “laboratório” para o “Modo Pop”

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Em menos de uma década, o compositor canadiano Patrick Watson ganhou a atenção internacional. As suas músicas parecem saídas (tal é a sua forma exuberante) de um qualquer laboratório de “mad science”. E é exactamente io que o  senhor é: um cientista. Um cientista de sons hoje em Modo Pop. Confira.

Por Paula Cavaco

Nascido em 1979, no Quebec (Canadá), Patrick Watson é o “frontman” de uma banda chamada “Patrick Watson”. (Não… não me enganei a escrever, é mesmo assim). O caro Watson admite que o grupo começou em jeito de brincadeira há alguns anos atrás, produzindo música para acompanhar uma produção fotográfica. Depois de construir um cd com base naquelas imagens,  e ao levá-lo cá para fora, o público aderiu. E tudo começou assim.Depois vieram os discos e o nome permaneceu intacto até hoje.

Conhecido especialmente por ter sido o responsável, em termos líricos, por algumas músicas dos “The Cinematic Orchestra” (no álbum “Ma Fleur”, no qual também dá voz à “To Build a Home”), Patrick Watson é também reconhecido pela banda sonora de “C'est pas moi, je le jure!”, filme franco-canadiano, lançado em 2008, a qual foi inteira composição sua ( o que para um jovem compositor com 31 anos… é obra).

E como deveremos “classificar” esta banda, em termos sonoros? Penso que o mais “realista” será dizer que é um perfeito “mix” do “dream-pop” dos Beatles e dos Pink Floyd, ao qual é adicionado um pouco de Radiohead e para terminar a “receita”, uma voz em muito semelhante à de Jeff Buckley. Tudo isto “acompanhado” por instrumentalizações “mad cientist”. Uma delícia “sonora”, asseguramos.

“Os” Patrick Watson contam com três álbuns lançados: “Just Another Ordinary Day” (2003), “Close to Paradise” (2006) e Wooden Arms”. O segundo trabalho da banda, “Close to Paradise” valeu-lhes o “2007 Polaris Music Prize” e o seu “front man” arrecadou a distinção “New Artist of the year” nos “Juno Awards” (distinção para os valores musicais canadianos).

“Wooden Arms”, lançado em 2009, é um “mergulho” em sonoridades talvez um pouco estranhas quando não se está habituado a “experimentalismos”.

É a imprevisibilidade por vezes levada quase ao extremo, como é exemplo a faixa “Traveling Salesman”. O piano (tocado de forma eximia por Watson) é uma constante, assim como as precursões “entusiasmadas”, tudo isto num álbum que, há medida que o vamos ouvindo, se revela uma caixinha de pequenas “grandes” surpresas. Convém ainda sublinhar o registo vocal. Uma voz que vai do adocicado ao rebelde em meros segundos, deixando-nos sempre com a sensação de que Jeff Buckley afinal ainda está por cá...


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