Avançar para o conteúdo principal

Espaço The Indies

The Best Of Smash Hits - The 80s!




 Por Bruno Vieira

Numa das minhas idas a Londres deparei-me com um livro numa conhecida loja de música, que me deixou curioso. Estou a falar de The Best Of Smash Hits (The 80s) e depois de folhear algumas páginas mergulhei, por momentos, na atmosfera que marcara a minha juventude. Não que a revista Smash Hits tenha feito parte da minhas leituras musicais, já que nunca me deparei com ela em Portugal, mas fez-me lembrar outra revista do género, a Bravo, que na altura nem sequer tinha edição portuguesa. Pouco interessava se percebíamos ou não alemão, quando o que mais queríamos eram as fotos, os posters e os autocolantes.

De volta a The Best Of The Smash Hits (The 80s), trata-se de um livro que compila o melhor da revista Smash Hits: os nomes mais sonantes, os acontecimentos mais importantes, os mexericos, as fotos e as poses, os pins, os posters, até os gadgets que fizeram furor naquele tempo, como o Commodore VIC 20. Pode ser encomendado por 10,49 libras (mais ou menos 12,50 €) na Amazon UK.

Sobre a história desta revista, o primeiro número saiu em Novembro de 78 com os Blondie na capa. Apesar de ter sido lançada no final da década de 70, a Smash Hits foi de facto uma revista dos Anos 80 , suportada em grande parte pelo fenómeno New Wave. Conheceu o período de maior sucesso durante esta década, quando por ela passaram prestigiados jornalistas como Mark Frith (autor do livro) e Neil Tennant dos Pet Shop Boys, entre outros. 

Os Anos 90 marcam o declínio da revista, à medida que o programa Top Of The Pops da BBC e a Big! Magazine ganham cada vez mais popularidade entre os jovens. Com as vendas a atingiram os valores mais baixos de sempre, o fim previsível viria a acontecer em Fevereiro de 2006, mantendo-se os serviços de rádio e televisão digital, bem como o website (http://www.smashhits.net/).

Uma das curiosidades do livro vem na página 191 e dá pelo nome Smashing Statistics, que não é mais do que o número de vezes que um determinado artista teve a honra de aparecer na capa da revista. De acordo com a Smash Hits é "a única tabela que realmente interessa!" (um pouco pretensioso, convenhamos), mas que espelha bem o quão importante era aparecer na capa de uma revista da moda, com os Duran Duran a surgirem destacadíssimos neste campeonato,  com nada mais nada menos que quinze capas. 

Um presente indispensável recomendado a todos aqueles que queiram recordar os tempos de juventude, ou mesmo quem não tenham vivido os Anos 80, mas que se interesse pela música desta década. A não perder…

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Roquivários no Luso Vintage

Link da imagem O início da década de 80 ficou marcado pelo aparecimento de diversas bandas rock no panorama nacional. A causa foi o estrondoso sucesso do álbum de estreia de Rui Veloso “Ar de Rock” que abriu caminho para novas bandas emergirem. Umas singraram na cena musical, até aos dias de hoje, caso é dos Xutos & Pontapés, UHF ou GNR, enquanto outras ficaram pelo caminho, após algum sucesso inicial. Destas destacam-se os Roquivários que encontraram no tema “Cristina” o seu maior êxito junto do público.    Por Carmen Gonçalves A banda formou-se em 1981 no seguimento do “boom” da cena rock, sob o nome original de “Rock e Varius”. Esta designação pretendia reflectir as influências musicais que passavam por vários estilos, não se cingindo apenas ao rock puro e duro. A música pop, o reggae e o ska eram variantes fáceis de detectar no seu som, e que marcaram o disco de estreia , “Pronto a Curtir”, editado em 1981.   Apesar de a crítica ter sido dura com o trabalho

Pedro e os Apóstolos no Luso Vintage

Link da imagem O gosto pela música é universal, “Mesmo para quem não é Crente”, como diria Pedro e os Apóstolos, uma banda nascida em 1992 e que hoje tem o seu momento na rubrica Luso vintage do Som à Letra. Por Gabriela Chagas Pedro de Freitas Branco, um cantor, compositor e escritor português , que a par deste projecto ficou também conhecido por ter sido co-autor de uma colecção de aventuras juvenis, "Os Super 4", é o Pedro da história.   Reza a história que tudo começou numa tarde de Fevereiro de 1992, numas águas furtadas de Lisboa. O apóstolo Gustavo pegou nas congas, o apóstolo Soares ligou o baixo a um pequeno amplificador de guitarra, e o apóstolo Pedro agarrou na guitarra acústica. Não pararam mais nos quatro anos seguintes. Em 92 produziram eles próprios um concerto de apresentação aos jornalistas e editoras discográficas em Lisboa que despertou o interesse das rádios , que acreditaram no grupo. Em Julho de 1996 gravaram o seu primeiro disco, “Mesmo para

Espaço "Rock em Portugal"

Carlos Barata é membro da Ronda dos Quatro Caminhos, uma banda de recriação da música tradicional portuguesa, que dispensa apresentações. Nos anos 70 do século XX foi vocalista dos KAMA- SUTRA, uma banda importantíssima, que, infelizmente, não deixou nada gravado. Concedeu-nos esta entrevista. Por Aristides Duarte  P: Como era a cena Rock portuguesa, nos anos 70, quando era vocalista dos Kama - Sutra e quais as bandas de Rock por onde passou?   R: Eu nasci em Tomar, terra que, por razões várias, sempre teve alguma vitalidade musical. Aí comecei com um grupo chamado “Os Inkas” que depois se transformou na “Filarmónica Fraude” com quem eu gravei a “Epopeia”, seu único LP. Quando posteriormente fui morar para Almada fui para um grupo chamado Ogiva, já com o Gino Guerreiro que foi depois meu companheiro nas três formações do Kama -Sutra. São estas as formações mais salientes a que pertenci embora pudesse acrescentar, para um retrato completo, outras formações de mais curt