Gosta de magia e de contos de fadas ? Bingo, então a Máquina do Tempo desta semana é para si, já que o encontro está marcado com Eduardo Mãos de Tesoura. Após ter realizado Batman, Tim Burton viu-se reconhecido como grande realizador e pôde finalmente fazer um filme com total controlo criativo.A história do cinema agradece.
Por Miguel Ribeiro
"Eduardo Mãos de Tesoura" conta a estória de uma criação proveniente da mente de um cientista (interpretado por Vicent Price) com o objectivo de criar um ser artificial de nome Edward (Johnny Depp). O problema é que o seu criador morre sem antes completar o seu trabalho, deixando o jovem com tesouras no lugar dos mãos. Após ser descoberto a viver sozinho na mansão onde “nasceu” por Peg Boggs (Diane Wiest), esta leva-o para a pequena comunidade suburbana onde vive.
Edward encontra vários problemas de adaptação , principalmente por causa do namorado de Kim Boggs (Winona Ryder) que o tenta pôr numa luz menos boa à vista da comunidade. Não querendo revelar o resto do filme, a conclusão da obra a meu ver é extremamente poderosa e é óbvio que se traçam paralelos com o filme Frankenstein (1931).
Tim Burton e a guionista Caroline Thompson criaram uma estória que bebe de muitos contos de fadas e de filmes , cujo conceito anda à volta de personagens isoladas da sociedade como, O Corcunda de Notredame (1928), Fantasma da Ópera (1925) e King Kong (1933).
Burton apresenta um filme visualmente impressionante, principalmente pela forma como manipula o nosso estado de espírito para com determinadas cenas. Inicialmente temos algo que é facilmente reconhecido como “Burtonesco” com a Mansão do cientista, tipicamente de motivos góticos, e com uma paleta de cores fria (azuis, cinzentos) , apresentando-nos depois a pequena comunidade suburbana cheia de vida, de cores, (verdes, rosa, amarelo).
O espectador é desde logo envolvido numa atmosfera envolvente, que invoca plasticidade, que se deixa reflectir na falsidade e futilidade dos vizinhos da família Boggs, vendo-se o mesmo transparecido no Guarda-Roupa representativo de uma comunidade típica dos anos 50.
O espectador é desde logo envolvido numa atmosfera envolvente, que invoca plasticidade, que se deixa reflectir na falsidade e futilidade dos vizinhos da família Boggs, vendo-se o mesmo transparecido no Guarda-Roupa representativo de uma comunidade típica dos anos 50.
Juntamente com Tim Burton está Danny Elfman ,que criou a banda sonora desta obra e o famoso Stan Winston (Aliens, Predador, Exterminador Implacável), que trabalhou nos efeitos especiais, nomeadamente as mãos de tesoura de Edward.
Aparentemente Jonny Depp não foi a primeira escolha para o papel principal; Tom Cruise, Michael Jackson, Tom Hanks, William Hurt e Robert Downey Jr. chegaram a ser contactados e/ou mostraram interesse no papel, tendo sido ultimamente escolhido Depp para o papel.
Aquando a leitura do guião, Depp achou a estória extremamente emocional e também traçou ligações pessoais à personagem. Querendo romper com o seu estatuto de ídolo teen, Depp entregou-se ao papel, e uma das formas de encarnar a personagem foi vendo filmes de Charles Chaplin, de forma a aprender a manifestar emoções sem diálogo. De notar que, embora seja universal, o papel desempenhado por Depp está extremamente bem conseguido e é, até agora, inigualável naquele registo. Realmente impressionante.
Aquando a leitura do guião, Depp achou a estória extremamente emocional e também traçou ligações pessoais à personagem. Querendo romper com o seu estatuto de ídolo teen, Depp entregou-se ao papel, e uma das formas de encarnar a personagem foi vendo filmes de Charles Chaplin, de forma a aprender a manifestar emoções sem diálogo. De notar que, embora seja universal, o papel desempenhado por Depp está extremamente bem conseguido e é, até agora, inigualável naquele registo. Realmente impressionante.
Tanto Tim Burton como Danny Elfman consideram esta a sua obra favorita e mais pessoal. De facto, a meu ver estamos perante um filme que é um conto de fadas moderno e apesar de já terem passado mais de 20 anos desde a sua estreia, ainda continua a transparecer aquilo que é a magia do cinema. Um filme que pode ser visto por todos, sem insultar a inteligência de ninguém e que a cada um de nós toca de uma forma diferente.
Para recordar...
Comentários
Enviar um comentário