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1991, Cidade Invicta.
1991, Cidade Invicta.
O marasmo musical do Porto rompe-se com o aparecimento dos míticos Ornatos Violeta. Manel Cruz, Nuno Prata, Peixe, Donas e Kinörm revolucionam a música cantada em português. Nada será igual a antes. Cruz , porém, continua o percurso inovador ao comando de novos projectos. Pluto é uma dessas ricas facetas.
Por Susana Terra
Manel Cruz é já uma lenda no universo musical nacional, a prova que a melodiosa língua de Camões (e de todos nós) pode ser uma mais valia na composição lírica dentro do género rock, nas suas múltiplas vertentes (ska, funk). Cruz é o claro exemplo da sensibilidade artística vertida sob diversas manifestações: da ilustração e banda-desenhada (a sua primeira paixão) à escrita e criação musical.
Dos Ornatos resta a herança de “Cão!” (1997) e “O Monstro Precisa de Amigos” (1999) e, claro está, dos arrebatados concertos que arrastaram multidões e elevaram os Ornatos Violeta à categoria de banda de culto.
Em 2002, findos os Ornatos, Manel Cruz dá continuidade à sua carreira com dois projectos paralelos – Pluto e SuperNada – e em 2008 salta finalmente para o seu projecto a solo, há muito a fermentar, “Foge Foge Bandido”.
Dos Pluto chega-nos uma nova sonoridade mais crua, com mais garra e pesada, uma nova imagem de Manel Cruz, teimosamente unido à guitarra e com vocalizações mais expressivas, entoando com maior harmonia as palavras, ao invés do característico tom de contador de estórias.
Para além de Manel Cruz (guitarra, voz), os Pluto contam ainda com Peixe (guitarra), Eduardo (baixo) e Ruca (bateria), tendo em 2004 editado o seu primeiro álbum – “Bom Dia” que saltou para o público com o single “Só Mais um Começo” e, posteriormente, “Entre Nós”. “Convite”, a sexta faixa do álbum, foi composta por Manel Cruz e Nuno Prata e seria com alguma veracidade parte integrante de um (in)certo terceiro álbum dos Ornatos.
A acutilante sensibilidade de Manel Cruz é derramada em cada palavra, em cada letra, em cada poema que dá substância e forma à música. Há sempre “algo seu”, uma parte de si arrancada e exorcizada ao longo de cada canção. Dirá Cruz: “É só o nada a bater-nos à porta / E a mim importa-me que estejas a meu lado / Enquanto o medo vai dançando à nossa volta”.
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