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Espaço Rock em Portugal

Os UHF completam este ano 32 anos de carreira. A banda, desde sempre liderada pelo carismático António Manuel Ribeiro, iniciou-se nas lides musicais, em 1978, sendo a banda portuguesa de rock com mais anos de actividade.

Por Aristides Duarte
Originalmente publicado a 5 de Setembro de 2010


Nos anos 70 e 80, do século XX, as condições que as organizações de concertos proporcionavam às bandas deixavam muito a desejar.
Foi uma luta constante, até se conseguirem as condições ideais para a realização dos espectáculos, em Portugal.

Apesar de, ainda hoje, os UHF saberem alguma coisa do país “real” em que vivem e não fazerem enormes exigências, naqueles anos era quase impossível as condições serem as ideais. Mas não tão “terceiro- mundistas” com as que descrevemos em baixo.

Os UHF foram contratados para um concerto em Vieira de Leiria, na década de 1980, em pleno Verão, junto à praia.

Os UHF sempre usaram bom material de som e iluminação (que, aliás, forneciam a outras bandas suas amigas, como os Xutos & Pontapés) e esse facto implicava o uso de um camião de dez toneladas para o seu transporte.

Em Vieira de Leiria a organização não providenciou uma coisa essencial que era um palco, onde a banda pudesse actuar. Colocou um conjunto de mesas de café, de metal, juntas umas das outras e pretendia que a banda actuasse nesse “palco”. Claro que tal “estrutura” não poderia aguentar com dez toneladas de material de som e iluminação.

Foi por isso que o “manager” da banda teve que se deslocar para fora dos acessos a Vieira de Leiria, para avisar os músicos que havia uma grande confusão no local do previsto concerto e era melhor que ninguém os visse por ali.

Os organizadores alegavam que os UHF eram umas “vedetas” porque se recusavam a actuar nesse “palco”, onde, na noite anterior, tinha actuado o (já falecido) fadista Fernando Farinha, com os seus guitarristas. Claro que, nessa noite, não houve concerto dos UHF em Vieira de Leiria.

Realmente os músicos portugueses passaram por muitas situações semelhantes a esta, um pouco por todo o país. Ainda bem que, hoje, já não há relatos de situações deste género.

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