Avançar para o conteúdo principal

Beatles em Modo Classic Rock


 

Across the Universeé uma música histórica que terá nascido de uma discussão entre Jonh Lennon e a sua primeira mulher Cynthia Powell , mas que acabou por ser exemplo de bonança e de mensagem de paz. O Modo Classic Rock desta semana explica porquê.
Por Gabriela Chagas
Há quem diga mesmo que esta foi a primeira música ambientalista da história. Para a História ficou seguramente. Ou não fossem os seus criadores um emblema musical de todas as gerações: Beatles.
Na verdade, a 04 de Fevereiro de 2008 "Across The Universe"foi escolhida para ser enviada para o espaço em direcção à estrelaPolaris, a431 anos luz da Terra, uma iniciativa para comemorar 40.º aniversário da composição da canção e o 50.º aniversário da NASA.
A força da letra estará com toda a certeza por detrás desta escolha. É que além do seu nome “Across the Universe”, há ainda um indicador de que“Nothing's gonna change my world”
O tema foi escrito em 1967 por John Lennon após uma discussão com a sua primeira mulher Cynthia Powell. Durante a discussão, Cynthia terá dito que “palavras flutuam como uma chuva sem fim dentro de um copo de papel”. Lennon estava irritado e as palavras da esposa “fluíam como uma corrente sem fim “ na sua cabeça e só passando para o papel é que encontraria alguma paz para dormir. O músico transformou as palavras numa espécie de música cósmica e na manhã seguinte compôs para as palavras.
O refrão é uma espécie de mantra que se destina a acalmar a mente.
“Jai guru deva, Om”
As palavras “Jai Guru Deva Om” são escritas em sânscrito e significam “dou graças a Guru Dev”, uma expressão que os discípulos do guru Maharishi usavam frequentemente, enquanto o “OM” prolongado no final é usado para meditação e para se relacionar com a vibração natural do universo. É conhecido o interesse de Lennon pela meditação transcendental e em 1968 chegou a passar uns tempos num retiro espiritual na Índia.

 
A primeira versão desta música contou com um coro feminino de duas fãs que estavam na frente do estúdio naquele dia. Uma delas uma brasileira, Lizzie Bravo.

Across the Universe" também foi regravada pelo cantor britânico David Bowie com a participação de John Lennon e cantada por tantos outros nomes como Cyndi Lauper, Roger Waters, foi ainda usada como título de um filme.

 
Recentemente, a força das palavras de Lennon e da música deste gigante grupo foram usadas por outros gigantes da música para homenagear as vítimas do Tsunami na Ásia, durante os Grammy 2005. Brian Wilson, Alicia Keys, Tim McGraw, Bono, Stevie Wonder, Norah Jones e os membros do Velvet Revolver foram os protagonistas deste momento.




Este tema, tal como muitos outros dos Beatles, vive “para lá do Universo” . Mensagens e heranças musicais que vivem em todos nós. Património da humanidade para recordar…

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Roquivários no Luso Vintage

Link da imagem O início da década de 80 ficou marcado pelo aparecimento de diversas bandas rock no panorama nacional. A causa foi o estrondoso sucesso do álbum de estreia de Rui Veloso “Ar de Rock” que abriu caminho para novas bandas emergirem. Umas singraram na cena musical, até aos dias de hoje, caso é dos Xutos & Pontapés, UHF ou GNR, enquanto outras ficaram pelo caminho, após algum sucesso inicial. Destas destacam-se os Roquivários que encontraram no tema “Cristina” o seu maior êxito junto do público.    Por Carmen Gonçalves A banda formou-se em 1981 no seguimento do “boom” da cena rock, sob o nome original de “Rock e Varius”. Esta designação pretendia reflectir as influências musicais que passavam por vários estilos, não se cingindo apenas ao rock puro e duro. A música pop, o reggae e o ska eram variantes fáceis de detectar no seu som, e que marcaram o disco de estreia , “Pronto a Curtir”, editado em 1981.   Apesar de a crítica ter sido dura com o trabalho

Pedro e os Apóstolos no Luso Vintage

Link da imagem O gosto pela música é universal, “Mesmo para quem não é Crente”, como diria Pedro e os Apóstolos, uma banda nascida em 1992 e que hoje tem o seu momento na rubrica Luso vintage do Som à Letra. Por Gabriela Chagas Pedro de Freitas Branco, um cantor, compositor e escritor português , que a par deste projecto ficou também conhecido por ter sido co-autor de uma colecção de aventuras juvenis, "Os Super 4", é o Pedro da história.   Reza a história que tudo começou numa tarde de Fevereiro de 1992, numas águas furtadas de Lisboa. O apóstolo Gustavo pegou nas congas, o apóstolo Soares ligou o baixo a um pequeno amplificador de guitarra, e o apóstolo Pedro agarrou na guitarra acústica. Não pararam mais nos quatro anos seguintes. Em 92 produziram eles próprios um concerto de apresentação aos jornalistas e editoras discográficas em Lisboa que despertou o interesse das rádios , que acreditaram no grupo. Em Julho de 1996 gravaram o seu primeiro disco, “Mesmo para

Espaço "Rock em Portugal"

Carlos Barata é membro da Ronda dos Quatro Caminhos, uma banda de recriação da música tradicional portuguesa, que dispensa apresentações. Nos anos 70 do século XX foi vocalista dos KAMA- SUTRA, uma banda importantíssima, que, infelizmente, não deixou nada gravado. Concedeu-nos esta entrevista. Por Aristides Duarte  P: Como era a cena Rock portuguesa, nos anos 70, quando era vocalista dos Kama - Sutra e quais as bandas de Rock por onde passou?   R: Eu nasci em Tomar, terra que, por razões várias, sempre teve alguma vitalidade musical. Aí comecei com um grupo chamado “Os Inkas” que depois se transformou na “Filarmónica Fraude” com quem eu gravei a “Epopeia”, seu único LP. Quando posteriormente fui morar para Almada fui para um grupo chamado Ogiva, já com o Gino Guerreiro que foi depois meu companheiro nas três formações do Kama -Sutra. São estas as formações mais salientes a que pertenci embora pudesse acrescentar, para um retrato completo, outras formações de mais curt