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Peste & Sida no Luso Vintage




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No ano de comemoração de 25 anos de existência, os Peste & Sida estão de regresso aos álbuns com a edição de “Não Há Crise”, lançado no início do mês de Maio. Esta é a resposta da banda aos tempos difíceis que o país atravessa, mantendo o espírito crítico e mordaz que sempre caracterizou o grupo. Juntamente com o álbum vão ainda ser lançados duas edições especiais: um disco de tributo com a participação de várias bandas nacionais e um livro biográfico, que percorre a carreira do grupo formado em meados da década de 80.


Por Carmen Gonçalves


Surgiram no Verão de 1986 com a formação inicial constituída por João San Payo no baixo, Luís Varatojo na guitarra, Raposo na bateria e João Pedro Almendra na voz. No ano seguinte participaram no 4º Concurso de Música Moderna do Rock Rendez-Vous, tendo conseguido um contrato de gravação com uma editora independente, a Transmédia. Foi então editado o primeiro longa duração da banda “Veneno”, que assentava num registo punk rock, visível em temas como "Veneno", "Furo na Cabeça", "Gingão" ou "Carraspana". Os Peste & Sida começaram, assim, a participar em muitos espectáculos e a actuar como banda de abertura em alguns concertos dos Xutos & Pontapés.

Em 1989 saiu para as lojas o segundo registo de originais “Portem-se Bem”, e o som do grupo começou a expandir-se a outros géneros musicais. O reggae e o ska assumiram um papel importante neste álbum, que confirmou o sucesso da banda. Neste disco encontramos o maior êxito da carreira dos Peste & Sida, e vinte anos mais tarde ainda é entoado por muito boa gente. Referimo-nos ao single “Sol da Caparica”, uma versão de uma música americana dos anos 60.





Entre concertos e mudanças na banda, em Abril de 1990 foi editado o terceiro álbum “Peste & Sida é Que é”, já com a nova formação. Este disco incluía uma versão do tema “A Morte Saiu à Rua” de Zeca Afonso e outros temas como o “Vamos Ao Trabalho!” e “Maldição”. Daqui para a frente a banda viria a ter várias formações, com entradas e saídas de alguns elementos.

Em 1992 foi lançado mais um registo de originais “Eles Andam Aí”, no qual residia o tema “RFM (Rock Faz Mal)”, uma crítica à estação de rádio RFM que se recusava a passar os temas do grupo. No ano seguinte foi editada a primeira compilação da banda “O melhor dos Peste &Sida”, que reunia os temas dos dois álbuns lançados pela editora Polygram.

Nos anos seguintes o grupo  começou a desenvolver uma actividade paralela, sob o nome de Despe &Siga. Durante algum tempo existiriam as duas bandas, até que a saída de San Payo levou à extinção dos Peste & Sida.

No ano de 2002 foi lançado pela Universal uma nova compilação “A Verdadeira História dos Peste & Sida”, um disco que foi bem aceite pelos fãs. Talvez por isso em 2003 a banda voltou a reunir-se, agora com uma nova formação, da qual resultaram dois novos álbuns, “Tóxico” em 2004 e “Cai na Real” em 2007.

Em 2011 estão de pedra e cal com o lançamento de “Não Há Crise”. A formação actual conta com João Pedro Almendra na voz, João San Payo no baixo, João Alves na guitarra e Sandro Dosha na bateria. Neste novo álbum podemos encontrar uma versão do tema “Sol da Caparica” com uma letra adequada aos novos tempos.





"Já foste" é outro dos temas em destaque:




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