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Numa estação de comboios inglesa um poeta influenciado por drogas (talvez LSD) escreve frases aparentemente desconexas… No final, formam um belíssimo poema. White Room é a música que o recebe, e torna-se num dos maiores êxitos da super-banda inglesa conhecida pelo nome de Cream.
Por Maria Coutinho
Originalmente publicado a 1 de Dezembro de 2010
Para quem viveu a fase psicadélica da década de 60 é impossível esquecer a banda onde Eric Clapton fazia as primeiras experiências de distorção da guitarra com o (agora) famoso pedal wah-wah. Além de Clapton, a banda era composta por Jack Bruce no baixo e voz, e Ginger Baker na bateria: todos reputados virtuosos nas respectivas especialidades.
White Room é um dos dos singles que integram o álbum Weels Of Fire, um marco na história desta banda, e até na história do rock, já que nunca antes uma álbum duplo tinha chegado à marca da platina pelas suas vendas. Lançado em 1968, consegue a proeza de chegar ao terceiro lugar na tabela britânica e ao primeiro da americana. Um feito extraordinário, sobretudo tendo em conta que também foi lançada uma edição separada dos dois discos: Wheels Of Fire In The Studio e Weels Of Fire Live at The Fillmore (mítica casa de espectáculos de San Francisco onde actuaram nomes tão importantes como Jimi Hendrix, The Doors ou Pink Floyd).
A letra da música é da autoria de Pete Brown, poeta britânico, que aqui fazia de letrista para as composições da banda. Os seus poemas, combinados com a música de múltiplas influências, do jazz ao rock psicadélico, resultam num movimento estético e musical - uma mistura de rock, blues e hard-rock - que constitui um embrião que mais tarde irá evoluir, dando origem ao rock progressivo e ao heavy metal.
O legado dos Cream com White Room é visível, por exemplo, nas muitas versões da música que o público pode conhecer: Stranglers, com uma perspectiva pós-punk, Helloweeen e Iron Butterfly num registo mais heavy ou Ringo Starr and The All Starr Band num enfoque mais clássico, são apenas alguns dos nomes que fizeram questão de partilhar connosco a sua interpretação deste clássico.
E não há dúvida quanto ao facto de este ser mesmo um clássico entre os clássicos: nenhuma crítica lhe ficou indiferente. Muito elogiado, embora alguns lhe apontem o dedo por esperarem algo radicalmente diferente dos anteriores trabalhos da banda, mencionando White Room como uma espécie de sucessor do tema Tales of Brave Ulysses. Tal não impediu, no entanto, a revista Rolling Stone de incluir Wheels Of Fire na lista dos 500 melhores álbuns de sempre, e o canal VH1 de classificar os Cream como a 16ª melhor banda de hard rock de sempre…
Razões de sobra para lembrarmos os enormes Cream, que bem mereciam ser melhor recordados e conhecidos pelas gerações mais jovens. Agora que já leu…. Não tem vontade de ouvir?
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