A luta faz-se cantando!
Muito se tem falado sobre os Homens da Luta e o Festival RTP da Canção, colocando este evento na boca dos portugueses como há muito não se via. Mal se soube da vitória de Neto, Falâncio e companhia, as reacções foram de tal forma extremadas que dificilmente algum dia reunirão consenso. Mas antes falta de consenso do que alheamento, a tónica dominante no festival ao longo das últimas duas décadas.
Por Bruno Vieira
Muitos foram os que se manifestaram nas semanas seguintes contra uma vitória obtida com toda a legitimidade, ao ponto de falar-se em petições, impugnações, sanções, numa atitude sem precedentes na história do festival. No entanto, e com igual direito, muitos mais haveriam de manifestar-se a favor.
O movimento “contra a participação portuguesa” tem vindo a perder fôlego , à medida que foi percebendo que não havia nada a fazer, depois da confirmação definitiva de que os Homens da Luta iriam estar presentes em Dusseldorf.
A vitória dos Homens da Luta para uns, não passou de uma brincadeira de mau gosto de quem “não tem nada para fazer”, cujo objectivo seria única e simplesmente “desestabilizar o sistema”.
Por outro lado, a vitória deste grupo representa uma mudança de paradigma: já não é apenas o antes e o depois da internet, mas sim o antes e o depois das redes sociais e o poder que estas dão ao mais comum dos cidadãos. Se não fossem as redes sociais os Homens da Luta jamais teriam ganho o Festival RTP da Canção, da mesma forma que dois anos antes Barack Obama teria obtido o voto do eleitorado jovem, decisivo para a sua vitória. E porque razão esta nova ferramenta de campanha eleitoral terá sido melhor explorada pelo candidato Democrata (mais jovem) do que pelo Republicano (mais velho)? A diferença de idades terá pesado, sem dúvida. Mas muito mais decisiva terá sido a diferença de mentalidades. O primeiro adoptou-a e tornou-se parte da mudança, o segundo não a compreendeu e passou à história. O poder das redes sociais tinham, pela primeira vez, ajudado a eleger um presidente, por sinal o mais poderoso do mundo.
Por outro lado, a vitória deste grupo representa uma mudança de paradigma: já não é apenas o antes e o depois da internet, mas sim o antes e o depois das redes sociais e o poder que estas dão ao mais comum dos cidadãos. Se não fossem as redes sociais os Homens da Luta jamais teriam ganho o Festival RTP da Canção, da mesma forma que dois anos antes Barack Obama teria obtido o voto do eleitorado jovem, decisivo para a sua vitória. E porque razão esta nova ferramenta de campanha eleitoral terá sido melhor explorada pelo candidato Democrata (mais jovem) do que pelo Republicano (mais velho)? A diferença de idades terá pesado, sem dúvida. Mas muito mais decisiva terá sido a diferença de mentalidades. O primeiro adoptou-a e tornou-se parte da mudança, o segundo não a compreendeu e passou à história. O poder das redes sociais tinham, pela primeira vez, ajudado a eleger um presidente, por sinal o mais poderoso do mundo.
Por cá o brinde não saiu a políticos profissionais, mas nem por isso o resultado terá sido muito diferente, a partir do momento em que um grupo de entertainers vestidos à Anos 70 deram voz ao descontentamento de jovens, menos jovens e não só.
É certo que a luta empreendida pelos homens ditos da mesma, no seu início não terá passado de uma bem-humorada e, por vezes, não menos arriscada brincadeira, cujas consequências dificilmente Neto e Falâncio alguma vez previram. Como difícil seria de imaginar a reacção do seu avô (o “Neto” original e acérrimo comunista do Barreiro), caso tivesse tido oportunidade de ver o “Neto” de hoje a dar voz a todos aqueles que não acreditam no sistema, de megafone em punho, a proferir palavras de ordem.
É certo que a luta empreendida pelos homens ditos da mesma, no seu início não terá passado de uma bem-humorada e, por vezes, não menos arriscada brincadeira, cujas consequências dificilmente Neto e Falâncio alguma vez previram. Como difícil seria de imaginar a reacção do seu avô (o “Neto” original e acérrimo comunista do Barreiro), caso tivesse tido oportunidade de ver o “Neto” de hoje a dar voz a todos aqueles que não acreditam no sistema, de megafone em punho, a proferir palavras de ordem.
Se a sua luta parodiante se mantiver fiel a si mesma (porque a brincar também se dizem coisas sérias), será muito mais fácil cumprirem a promessa de dar um pouco de ânimo e alegria ao povo português. Uma parte já foi conseguida com a inesperada vitória no Festival RTP da Canção, falta a cereja no topo do bolo. Enquanto isso a luta faz-se cantando… na Alemanha .
A primeira semi-final do evento decorre esta terça-feira à noite, pelas 20h00, e coloca os Homens da Luta frente aos concorrentes de outros 20 países (Albânia, Arménia, Azerbaijão, Croácia, Espanha, Finlândia, Geórgia, Grécia, Hungria, Islândia, Lituânia, Malta, Noruega, Polónia, Reino Unido, Rússia, São Marino, Sérvia, Suíça e Turquia).
A primeira semi-final do evento decorre esta terça-feira à noite, pelas 20h00, e coloca os Homens da Luta frente aos concorrentes de outros 20 países (Albânia, Arménia, Azerbaijão, Croácia, Espanha, Finlândia, Geórgia, Grécia, Hungria, Islândia, Lituânia, Malta, Noruega, Polónia, Reino Unido, Rússia, São Marino, Sérvia, Suíça e Turquia).
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