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Filme " Clube dos Poetas Mortos" na Máquina do Tempo

Se há filmes que marcam  este é um deles. Pelo menos algumas gerações ou parte delas que tiveram o privilégio de ter professores que insistem em educar contra o conformismo, que insistem em colocar a semente da luta pelas convicções, pelos valores, pela solidariedade e coragem.

                                                                                                     Por Gabriela Chagas
 Originalmente publicado a 18 de Novembro de 2010

Um hino aos professores que ensinam muito mais dos que está nos livros. Um hino aos professores que fazem da sua profissão uma missão de vida e que por isso marcam os corações de quem por eles passa. E se há momento em que esses predicados são necessários,  este é seguramente um deles.

O Clube dos Poetas Mortos,  de Peter Weir ,  retrata o modelo de ensino de uma escola secundária tradicional para rapazes em 1959, nos Estados Unidos.

“Tradição, honra,  disciplina, excelência”  eram os  quatro pilares daquela que era a melhor escola dos EUA  . No entanto, tudo muda aquando da chegada de  um novo professor , destinado a revolucionar a vida dos estudantes daquele rígido estabelecimento. De repente     valores/sentimentos tão ou mais importantes como paixão, solidariedade, coragem começam a ter protagonismo na mente dos jovens.Foi plantada a semente e no final percebe-se como e porquê.

Se até à entrada do novo docente os alunos vivem submetidos a duas autoridades (pais e professsores), depois de conhecerem Keating , professor de Inglês, vão finalmente aprender a pensar por si mesmos, , a expressarem a sua vontade e opiniões e a defenderem os seus ideais.

Quantos de nós tiveram professores assim? Conquistando-nos para a disciplina mas também para a sociedade?

No Clube dos Poetas Mortos há um grupo que se deixa conquistar e que mostra mais tarde que bebeu todos os ensinamentos: O sonhador  e aspirante a actor Neil, o apaixonado Knox, o alegre e irreverente Charlie, os divertidos Meeks (Allelon Ruggiero) e Pitts (James Waterson) e  Cameron (Dylan Kussman), que representa o típico aluno que segue as rígidas normas da academia.

 A cena final do filme mostra muito bem a mudança quando este grupo repete a expressão aprendida na primeira aula para manifestar solidariedade para com Keating, que por ser tão diferente dos outros professores,  foi expulso da escola.

Quem nunca se identificou com estes estudantes que no filme subiram em cima de mesas para mostrar que têm ideais e que têm a coragem de ficar do lado certo da vida?

Quantos não se arrepiaram com esta cena do filme em que os alunos reproduzem a expressão  “oh captain my captain!!!  Um poema de Walt Whitman sobre Abraham Lincoln, ensinado por Keating  na sua primeira aula.

E o que dizer do momento em que lhes é explicada a expressão Carpe Diem (Aproveita o dia)? “Carpe Diem. Aproveitem  o dia, rapazes. Tornem a vossa vida extraordinária”.

O Clube dos Poetas Mortos é um filme de 1989, com um argumento de Tom Schulman “desenhado”  , com casa no século passado (século XX) mas cuja mensagem ainda faz todo o sentido.

Nos dias de hoje é bom ainda acreditar na coragem das pessoas, na vitória dos princípios e no fim do conformismo...resta saber até quando é possível manter esta chama acesa.

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