Link da imagem
Riders on the Storm foi a última música que Jim Morrison, ao lado dos The Doors, gravou
Por Susana Terra
Podemos encontrar o tema Riders on the Storm no álbum LA Woman , editado em inícios de 1971. Este sexto e último álbum da formação original dos The Doors, marca uma transição para sonoridades a tender para o blues, numa fase marcada pelos conflitos no seio do grupo e pela deslizante metamorfose de Morrison: a longa barba, o acumular de excessos ou a rejeição do seu estatuto de sex-symbol.
São sons de marca desta música a crepitante chuva que se faz acompanhar de ribombantes trovões e o intemporal som do piano eléctrico de Ray Manzarek, um Fender Rhodes, que imita na perfeição essa sonoridade tão característica da chuva a cair.
Riders on the Storm conta-nos estórias de solidão, de assassinos na estrada, do amor que nos torna imortais. Porventura inspirada nas longas viagens que Morrison fez ao longo da sua vida, dos devaneios que ocupavam a sua mente nas intermináveis horas na estrada e dos incautos sujeitos com que se cruzou por esses caminhos.
Visualmente, Riders on the Storm mostra-nos Homem e máquina, unos e indivisíveis, errantes sobre o asfalto do deserto californiano; não importará o destino, mas sim a viagem em si mesma. E a viagem não será somente uma jornada estrada fora, mas em simultâneo uma “trip” interior de autoconhecimento. A América profunda, povoada de gentes intolerantes, conservadoras e boçais a par da nova América, a jovem América dos idealistas e dos artistas, dos beatnicks e dos hippies.
Longo foi o caminho trilhado por Morrison, que hoje deambulará por outras estradas, na memória de cada um de nós. Ficará em aberto a questão "what's your road, man? - holyboy road, madman road, rainbow road, guppy road, any road. It's an anywhere road for anybody anyhow." (Jack Kerouac, On the Road).
E fica o convite feito para esta viagem…
Comentários
Enviar um comentário