Avançar para o conteúdo principal

Pulp no Vídeo do Mês







Link da imagem 



Aqueles de que vos vou falar já existem há mais de 30 anos. E não! Não vos falo dos Xutos e Pontapés. Não vos falo dos Rolling Stones. Nem tão pouco do José Cid. Para vos ajudar, levanto o véu e digo com toda a certeza que estiveram eles estiveram por cá no Festival Paredes de Coura. Sim, são eles os The Pulp, liderados pelo mítico e tresloucado Jarvis Cocker.

Por Ana Luísa Silva 

Tinha o senhor Cocker cerca de 15 anos quando, juntamente com o amigo Peter Dalton, formou uma banda, com o nome de Arabacus Pulp – uma vez que Cocker queria que a banda se chamasse Pulp com todas as suas forças, por causa de Michael Caine – e começaram a tocar no Rotherham Arts Centre em 1980. A eles foram-se juntando o irmão mais novo de Dalton, dois amigos e Russell Senior que foi “pescado” para a banda enquanto trabalhava num mercado de peixe.

Nomeavam-se como uma banda que se encontrava em Abba e The Fall , e isso valeu-lhes que um olheiro desse por eles e em 1981 entregaram uma demo tape a John Peel – do famoso John Peel Show – e tocaram no estúdio do mesmo. A actuação trouxe-lhes a garra de que precisavam para prosseguir e tornaram-se a banda local com mais sucesso da altura.

Em 1983 lançam “It” mas o mesmo não alcança o sucesso esperado. A fama não era a que eles queriam e a banda viu-se obrigada a procurar exaustivamente por algo a que se pudesse agarrar para podere sobreviver. E foi assim que mudaram um pouco o conceito dos Pulp.

Uma nova encarnação dos mesmos nasceu e fez nascer igualmente um novo número de músicas e sonoridades distintas. Em 1985, após terem assinado com a Fire Records, Cocker faz o inesperado e acabou internado no hospital após ter tentado impressionar uma rapariga com os seus dotes de Spider-Man. Jarvis só tem uma solução que é aparecer em cadeira de rodas em todos os seus concertos. Todos estes acontecimentos fazem com que a relação Pulp – Fire Records seja tempestuosa e Cocker, anos mais tarde, admite ter aceite o contracto com a editora por ser a única que lhes tinha dado a mão. Verdade ou mentira, o facto é que durante este período dois singles – Little Girl (With Blue Eyes) e Dogs Are Everywhere - são lançados.

1987 marca o ano de explosão dos Pulp. Freaks é o álbum que se segue e que mais dor de cabeça deu ao vocalista. Ao que parece o mesmo foi gravado em apenas uma semana devido à pressão absurda por parte da editora. É um álbum negro considerado por muitos críticos a antítese entre o que de feliz e optimista tinha o “It”.

Os anos 90 são marcados pelo lançamento de “Separations” e de “His ‘n’ Hers” em 1992 e 1994 respectivamente.

O quinto álbum de originais Pulpiense nasceu em 1995. “Different Classes” levou os The Pulp ao top do UK Album Chart. Este foi o primeiro álbum em que o presidente do clube de fãs do Pulp foi apresentado como membro permanente da banda, liderando a guitarra e as teclas.

 “Disco 2000” e “Something Changed” fazem parte do universo de singles que compõem o álbum negro e tipicamente Cocker. “Common People” – outro single do álbum – tem como história uma rapariga que Jarvis Cocker conheceu na aula de escultura de St. Martins. Ao que tudo indica nada aconteceu entre eles, e tudo rola à volta do que ele a ouviu dizer. São apenas pensamentos de Cocker misturados com verdades cruas saídas da boca da rapariga mistério que só queria ir viver para a parte Este de Londres com as “common people”.

Em 2006 foi lançado um álbum com reedições das músicas dos Pulp e só em 2010 é que a banda se voltou a reunir. A banda anunciou cerca de 22 concertos entre Maio e Setembro do presente ano a terem presença na Europa e Austrália.

Jarvis Cocker foi presença marcante no Festival Paredes de Coura em 2009 e dois anos mais tarde esteve no festival minhoto com a sua banda, aquela que marcou uma geração.

Para recordar , um dos vídeos mais icónicos do grupo:


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Roquivários no Luso Vintage

Link da imagem O início da década de 80 ficou marcado pelo aparecimento de diversas bandas rock no panorama nacional. A causa foi o estrondoso sucesso do álbum de estreia de Rui Veloso “Ar de Rock” que abriu caminho para novas bandas emergirem. Umas singraram na cena musical, até aos dias de hoje, caso é dos Xutos & Pontapés, UHF ou GNR, enquanto outras ficaram pelo caminho, após algum sucesso inicial. Destas destacam-se os Roquivários que encontraram no tema “Cristina” o seu maior êxito junto do público.    Por Carmen Gonçalves A banda formou-se em 1981 no seguimento do “boom” da cena rock, sob o nome original de “Rock e Varius”. Esta designação pretendia reflectir as influências musicais que passavam por vários estilos, não se cingindo apenas ao rock puro e duro. A música pop, o reggae e o ska eram variantes fáceis de detectar no seu som, e que marcaram o disco de estreia , “Pronto a Curtir”, editado em 1981.   Apesar de a crítica ter sido dura com o trabalho

Pedro e os Apóstolos no Luso Vintage

Link da imagem O gosto pela música é universal, “Mesmo para quem não é Crente”, como diria Pedro e os Apóstolos, uma banda nascida em 1992 e que hoje tem o seu momento na rubrica Luso vintage do Som à Letra. Por Gabriela Chagas Pedro de Freitas Branco, um cantor, compositor e escritor português , que a par deste projecto ficou também conhecido por ter sido co-autor de uma colecção de aventuras juvenis, "Os Super 4", é o Pedro da história.   Reza a história que tudo começou numa tarde de Fevereiro de 1992, numas águas furtadas de Lisboa. O apóstolo Gustavo pegou nas congas, o apóstolo Soares ligou o baixo a um pequeno amplificador de guitarra, e o apóstolo Pedro agarrou na guitarra acústica. Não pararam mais nos quatro anos seguintes. Em 92 produziram eles próprios um concerto de apresentação aos jornalistas e editoras discográficas em Lisboa que despertou o interesse das rádios , que acreditaram no grupo. Em Julho de 1996 gravaram o seu primeiro disco, “Mesmo para

REM no vídeo do mês

 Link da imagem Decorria o ano de 1985 quando pela primeira vez se ouviu o tema “Bad Day” num concerto dos REM em Nova Iorque. Contudo , só 18 anos mais tarde foi editado, tendo surgido na compilação de 2003, “In Time: The Best of REM 1988-2003”. Ainda que originalmente produzida em meados da década de 80, esta música manteve-se actual, tanto no som, como na letra crítica à sociedade americana. Por Carmen Gonçalves Originalmente dominado de “PSA”, uma abreviatura para “Public Service Announcement”, este tema surgiu como uma crítica às políticas do presidente dos Estados Unidos, Ronald Regan. Embora não tenha sido editado, foi o mote para o lançamento em 1987 de “ It's the End of the World as We Know It (And I Feel Fine) ”, um tema com uma cadência similar, que teve um estrondoso sucesso. A parecença dos dois temas não se centra só na letra cáustica de crítica à sociedade americana. Ao escutarmos o ritmo e a sonoridade de ambas, não se pode deixar de verificar as