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Pink Floyd em Modo Classic Rock





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Numa altura em que a crise é o centro das atenções, o Som à Letra não foge à regra e o Momento Classic Rock repesca do baú o inesquecível som das caixas registadoras em “Money”, dos Pink Floyd. Pensava que este tema era uma homenagem ao dinheiro? Experimente ler um pouco mais, e deixe-se surpreender….

Por Maria Coutinho
Originalmente publicado a  3 de Novembro de 2010

Na verdade, a letra da música aborda o lado negro do dinheiro - a ganância, a dependência, a injustiça social, o esbanjamento -  e há mesmo uma passagem que afirma “ o dinheiro, costuma dizer-se, é a raiz de todo o mal”. Ironicamente a banda lucrou fortunas com a edição, em 1973, do álbum “The Dark Side Of The Moon”, que tem fama de ser o terceiro mais vendido de sempre na história do rock.

Apesar de toda a banda ter contribuído - com um detalhe aqui, um solo mais além - e de a voz ser a de David Gilmour, Money é, essencialmente, uma obra de Roger Waters. Afinal, foi o baixista quem escreveu a letra e compôs o essencial da música, e nela toca uma das mais belas sequências de baixo que conhecemos.

Também foi Waters quem fez - literalmente - o “corte e costura” da bobine dos efeitos sonoros que torna o tema tão reconhecível a qualquer ouvido: o som da caixa registadora, as moedas a cair, as vozes de fundo… Tudo gravado, cortado e colado à mão por Waters na cabana do seu jardim, num estúdio improvisado; mais difícil ainda, fê-lo numa época em que ainda não havia computadores, samplers e outras tecnologias para ajudar a fazer a magia.

E por falar em magia, há quem defenda que há uma relação entre o álbum “The Dark Side Of The Moon” e o filme “O Feiticeiro de Oz”, que apresentam curiosas coincidências quando iniciados simultaneamente. Entre outros, e a exemplificar, quando Dorothy se aproxima do Homem da Lata para tentar escutar o seu coração, ouve-se, ao mesmo tempo, na música, um coração a bater. No caso de “Money”, ao ouvir-se a caixa registadora no inicio da música, o filme passa de preto e branco para cores, e Dorothy dá o primeiro passo da caminhada na estrada dos tijolos dourados…

Há quem se demore a discutir os aspectos técnicos do tema, a sua métrica rítmica inesperada, a gravação pioneira em 16 pistas nos estúdios da Abbey Road Reccords, pela mão do produtor Allan Parson… Tudo verdade, e de grande valor, mas nós gostamos mesmo é da mensagem, da inovação e da magia, presentes não só neste tema, mas em toda a obra dos mestres do Rock Progressivo dos Anos 70, os incomparáveis Pink Floyd.

Para recordar:




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