Avançar para o conteúdo principal

Blondie na Dança do Som




Preparem os glitters, as luzes psicadélicas, o lipgloss, os lamés e deixem-se envolver pelo ambiente glamoroso do Disco Sound . A viagem é garantida pela  voz doce e sensual da poderosa Debbie Harry,  ao som do “must” das pistas de dança: “Heart Of Glass”

Por Patrícia Rodrigues
Originalmente publicado a  11 de Novembro de 2010



Ninguém esperaria que os Blondie, uma banda americana dos anos 70 , pioneira nos EUA do punk e do new-wave, surgissem em 1978 com este tema. Trata-se de  uma remasterização do original “Once I had a love”, que também ficou literalmente conhecido como “The Disco Song”,  na demo de 1978.



Mas não pensem que tal denominação descarada se deve a algum tipo de presunção ou arrogância por parte da banda. O tom é certamente irónico e jocoso,  tal qual a concepção desta versão tão apelativa para as  massas e tão decepcionante para os fãs do grupo.

 A canção foi composta por Debbie e Chris Stein , com a ajuda do sintetizador de Jimmy Destri no seu desmazelado apartamento em Nova Iorque.  Heart of Glass não foi mais que  um acto de rebeldia contra o que era “in” no momento. O resultado do trabalho foi algo totalmente inesperado , como unir o punk/ new wave ao disco. 

Desconcertante, não? E se uma experiência, tão criticada por muitos, resulta em ser o número um nos EUA e no Reino Unido , projectando o grupo para o nível do estrelato não a faz de todo uma aventura falhada.

Mas não julguem o talento da nossa “Blondie” apenas com base neste registo. Também não reduzam a icónica Debbie ao estigma das loiras, pois esta senhora não adormeceu à sombra da sua beleza,  que lhe poderia ter conferido o estatuto de “sex symbol”, algo hoje tão em voga.

Ela continua a dar um talentoso e multifacetado contributo, tendo-se tornado um ícone para as vocalistas femininas da cena musical alternativa , ao conciliar a irreverência com a sua feminilidade voluptuosa.

Um conselho:Façam uma pequena viagem à sua discografia e (re-) descubram os “Blondie”. Não se arrependerão… 

O mais recente trabalho, Panic of Girls, não engana. 


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Roquivários no Luso Vintage

Link da imagem O início da década de 80 ficou marcado pelo aparecimento de diversas bandas rock no panorama nacional. A causa foi o estrondoso sucesso do álbum de estreia de Rui Veloso “Ar de Rock” que abriu caminho para novas bandas emergirem. Umas singraram na cena musical, até aos dias de hoje, caso é dos Xutos & Pontapés, UHF ou GNR, enquanto outras ficaram pelo caminho, após algum sucesso inicial. Destas destacam-se os Roquivários que encontraram no tema “Cristina” o seu maior êxito junto do público.    Por Carmen Gonçalves A banda formou-se em 1981 no seguimento do “boom” da cena rock, sob o nome original de “Rock e Varius”. Esta designação pretendia reflectir as influências musicais que passavam por vários estilos, não se cingindo apenas ao rock puro e duro. A música pop, o reggae e o ska eram variantes fáceis de detectar no seu som, e que marcaram o disco de estreia , “Pronto a Curtir”, editado em 1981.   Apesar de a crítica ter sido dura com o trabalho

Pedro e os Apóstolos no Luso Vintage

Link da imagem O gosto pela música é universal, “Mesmo para quem não é Crente”, como diria Pedro e os Apóstolos, uma banda nascida em 1992 e que hoje tem o seu momento na rubrica Luso vintage do Som à Letra. Por Gabriela Chagas Pedro de Freitas Branco, um cantor, compositor e escritor português , que a par deste projecto ficou também conhecido por ter sido co-autor de uma colecção de aventuras juvenis, "Os Super 4", é o Pedro da história.   Reza a história que tudo começou numa tarde de Fevereiro de 1992, numas águas furtadas de Lisboa. O apóstolo Gustavo pegou nas congas, o apóstolo Soares ligou o baixo a um pequeno amplificador de guitarra, e o apóstolo Pedro agarrou na guitarra acústica. Não pararam mais nos quatro anos seguintes. Em 92 produziram eles próprios um concerto de apresentação aos jornalistas e editoras discográficas em Lisboa que despertou o interesse das rádios , que acreditaram no grupo. Em Julho de 1996 gravaram o seu primeiro disco, “Mesmo para

REM no vídeo do mês

 Link da imagem Decorria o ano de 1985 quando pela primeira vez se ouviu o tema “Bad Day” num concerto dos REM em Nova Iorque. Contudo , só 18 anos mais tarde foi editado, tendo surgido na compilação de 2003, “In Time: The Best of REM 1988-2003”. Ainda que originalmente produzida em meados da década de 80, esta música manteve-se actual, tanto no som, como na letra crítica à sociedade americana. Por Carmen Gonçalves Originalmente dominado de “PSA”, uma abreviatura para “Public Service Announcement”, este tema surgiu como uma crítica às políticas do presidente dos Estados Unidos, Ronald Regan. Embora não tenha sido editado, foi o mote para o lançamento em 1987 de “ It's the End of the World as We Know It (And I Feel Fine) ”, um tema com uma cadência similar, que teve um estrondoso sucesso. A parecença dos dois temas não se centra só na letra cáustica de crítica à sociedade americana. Ao escutarmos o ritmo e a sonoridade de ambas, não se pode deixar de verificar as