Avançar para o conteúdo principal

Emissão Nº 5-Três às Sextas


Entrevista 

Karla e a sua "Stereochemistry"


Já se sabe que a musica e a ciência estão fortemente ligadas uma com a outra, mas poucos são os temas que envolvem as duas coisas. Há quem se lembre e use o facto para criar doses concentradas de algo que nos possa satisfazer, e depois há... Karla com o seu projeto a solo "Stereochemistry" que pega nesse assunto e leva o relacionamento entre a musica e a ciência mais à frente. 

Por Thomas Anahory 


Entrevista:

1 - Como cientista que és e estando a musica intimamente ligada à física o que achas dos produtos como o iDoser? Verdade ou mais uma maneira de enganar as pessoas?

- Pelo que percebi através do website deles eles basicamente estão a vender trilhas sonoras que te fazem viver uma experiência. Bem a minha opinião pessoal sobre isto é que estão-nos constantemente a vender imagens que supostamente nos fazem viver experiências, filmes por exemplo ou mesmo fotografia. Então porque não vender sons com o mesmo propósito? Até porque eu penso que os sons são a parte fundamental numa experiência humana, muito mais que a visão, porque é muitos mais fácil enganar o olho humano do que um ouvido humano, há muitas mais ilusões de ótica do que ilusões de som se fores a pensar… E eventualmente toda a industria cinematográfica fia-se na sua banda sonora que apoiam as imagens para transmitir as emoções e as intensidade da cena em questão. Vê os filmes de terror por exemplo, se vires um filme de terror em silencio ele não é assustador… É ridículo! Por isso é o som na banda sonora que nos dá o suspende… Por isso eu acho que se ouvires uma gravação bineural do iDoser ou de outra plataforma que as venda ela pode na verdade fazer-te viver qualquer coisa. Não acho que seja um esquema, do meu ponto de vista neutro cientifico não, não é um esquema.,. Definitivamente não.

2 - Tens viajado muito pelo mundo, é garantido que a tua musica tem influencias de várias partes do mundo?

- Sim é verdade, viajo muito e estive há coisa de um ano às voltas pela Europa e estabilizei agora em Berlim. E tenho que dizer que sim, viajar pelo mundo influencia a minha musica, não de uma forma muito especifica uma vez que não incorporo tecnicamente o som Folk de cada pais que já visitei. Tem mais a ver com o absorveres o espaço onde estás, interagir com as pessoas, aprender novas línguas ou apanhar bocadinhos pequenos daqueles sons e de alguma maneira dentro da minha cabeça tudo se mistura e acaba nas minhas musicas de uma maneira muito subtil… É como que um cartão emocional de todo o mundo.

3 - Quando vi o teu ultimo video "Shut Up And Fuck Me" percebi que tem muito de teatral ao ponto do exagero e uma tendência para gozar com certos clichés na sociedade, fala-me um bocado disso.

- Bem, primeiro que tudo gostava de te agradecer por seres um ouvinte muito cuidadoso uma vês que reparaste de imediato na parte teatral da minha musica que é muito importante para mim, na verdade Stereochimistry é um projeto de cabaret e incorporo muito de comédia e caberet nas minhas atuações ao vivo por isso no fundo os meus espetáculos são uma historia em que as musicas são os seus capítulos e há um bocado de comédia entre musicas como que pequenas introduções para cada musica.
Porque é que o faço?
Bom, porque acho que o teatro é uma ótima maneira de comunicar mensagens importantes e fortes e no fundo faz parte do nosso dia-a-dia. Eu pessoalmente acredito que a vida se torna muito mais fácil se não nos levarmos muito a sério, e se de quando em vez nos rirmos aos problemas! E quando eu digo para não nos levarmos a sério não quero dizer para sermos irresponsáveis, de todo, quero dizer que sejamos responsáveis mas não sejamos demasiado dramáticos, não passemos a vida a dramatizar porque os problemas tornam-se cada vez mais pequenos se conseguirmos rir ao longo do tempo e do problema e é ai que ganhamos espaço para as soluções dos nossos problemas

4 - Em breve vai sair o teu 3 álbum, segundo em estúdio, consegues avançar uma data?
- Sim é verdade, estou a trabalhar num novo álbum, e esta a ser gravado à volta do mundo uma vez que estou a gravar com artistas de Espanha, Itália, Jugoslávia e Alemanha que é onde vivo agora, vai ser uma coleção de várias partes do mundo, mas como o projeto tem uma parte de vídeo muito grande e não só musica não te consigo especificar uma data muito precisa mas vou-te mantendo atento. Supostamente está previsto para o inicio deste inverno ou inicio de 2012

5 - O que sentes quando sabes que tens a tua musica a ser ouvida em várias partes do mundo?
-
Sinto-me a pessoa mais feliz do mundo, acho que não há ninguém mais feliz do que eu quando isso acontece. Primeiro porque fazer musica é um dos meus maiores sonhos e pensar que realmente consigo comunicar às pessoas de diferentes culturas e transmitir-lhes algum tipo de sentimento e alguma emoção, e uma mensagem no meio disso tudo, preenche-me fora de qualquer limite, quando isso acontece eu apenas penso "Mr Chimistry" hoje vais dormir feliz! Por isso muito obrigado, obrigado por esta oportunidade que me estás a dar!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Citizen Kane na Máquina do Tempo

Link da imagem Texto original: Miguel Ribeiro Locução: Irene Leite Adaptação e Edição: Irene Leite

Pedro e os Apóstolos no Luso Vintage

Link da imagem O gosto pela música é universal, “Mesmo para quem não é Crente”, como diria Pedro e os Apóstolos, uma banda nascida em 1992 e que hoje tem o seu momento na rubrica Luso vintage do Som à Letra. Por Gabriela Chagas Pedro de Freitas Branco, um cantor, compositor e escritor português , que a par deste projecto ficou também conhecido por ter sido co-autor de uma colecção de aventuras juvenis, "Os Super 4", é o Pedro da história.   Reza a história que tudo começou numa tarde de Fevereiro de 1992, numas águas furtadas de Lisboa. O apóstolo Gustavo pegou nas congas, o apóstolo Soares ligou o baixo a um pequeno amplificador de guitarra, e o apóstolo Pedro agarrou na guitarra acústica. Não pararam mais nos quatro anos seguintes. Em 92 produziram eles próprios um concerto de apresentação aos jornalistas e editoras discográficas em Lisboa que despertou o interesse das rádios , que acreditaram no grupo. Em Julho de 1996 gravaram o seu primeiro disco, “Mesmo para ...