Avançar para o conteúdo principal

Espaço Cine à Letra





Para começar bem este ano haverá melhor coisa do que passar um fantástico serão numa sala de cinema? Bem, até poderá haver, mas com as interessantes estreias que estão a aparecer e que continuarão a surgir até ao fim deste mês, sugerimos que visitem assim que puderem um cinema, pois irá valer mesmo a pena.

Por Miguel Ribeiro 


Tendo em conta os filmes que estão no cinema, existem já excelentes escolhas em exibição. Werner Herzog apresenta A Gruta dos Sonhos Perdidos, um documentário sobre as famosas Grutas Chauvet, onde em 1994 um grupo de cientistas descobriram centenas de pinturas cristalinas datando de mais de 30000 anos, numa era onde os Neanderthal caminhavam na terra e quando ainda existiam mamutes e outros animais da Idade do Gelo; Herzog conseguiu a autorização para filmar e apresenta aqui um documentário espectacular pelo seu vasto interesse arqueológico e pela discussão do nascimento da Arte. Também já presentes nas salas de cinema portuguesas temos A Minha Semana com Marylin, um filme que conta com a actriz Michelle Williams no papel da icónica actriz e que narra a estória aparentemente verídica de um caso amoroso durante uma semana com Colin Clark, um assistente de produção britânico, isto durante as rodagens do filme «The Prince and The Showgirl», um filme de Simon Curtis e que conta ainda com Kenneth Branagh, Emma Watson e Julie Ormond; similarmente já presente nas salas temos a sequela Sherlock Holmes: Jogo de Sombras, mais uma excelente obra extremamente bem realizada de Guy Ritchie e que vale o preço de admissão pela mistura de acção, thriller e comédia em boas doses com as grandes interpretações de Robert Downey Jr., Jude Law como o duo ilustre de Sherlock e Watson e também Jared Harris no papel do ilustre Professor Moriarty.


A aparecer nas salas de cinemas a partir de dia 19 temos várias obras que valem a pena investigar. Baseado num livro homónimo (no que toca ao titulo português) de uma trilogia best-seller de Stieg Larsson David Fincher regressa com Millenium I – Os Homens que Odeiam as Mulheres, uma obra que conta a estória de um jornalista, interpretado por Daniel Craig, que habituado a desvendar casos de corrupção financeira, se vê envolvido com uma jovem hacker a tentar descobrir o paradeiro da sobrinha de um empresário, um thriller muito bem realizado e que devido ao livro original tem um argumento muito inteligente, mas que tem sido alvo de críticas um pouco negativas quando comparado com as obras originais já realizadas na Suécia pelo realizador Niels Arden Oplev, onde de resto já adaptaram toda a trilogia, mas que não vos deve demover de irem ao cinema apreciar este filme. Clint Eastwood volta a realizar outro filme, este agora de nome J.Edgar, sobre o poderoso J.Edgar Hoover, chefe do FBI durante 8 mandatos presidenciais e caracterizado por Leonardo DiCaprio, contando também com actores como Naomi Watts e Dermot Mulroney, numa biografia que mostra como é que Hoover conseguiu permanecer tanto tempo no poder, gerindo segredos atrás de segredos, manipulando tudo e todos e como atingiu o declínio a partir do momento que a sua mãe morreu. 

Tendo como pano de fundo as 24 horas antes da crise económica se acentuar nos E.U.A. o filme Margin Call relata a estória de um banco de investimento e os seus agentes financeiros enquanto lutam contra todas as possibilidades para se salvarem a eles próprios, um filme que deve interessar a todos os preocupados com a crise financeira visto que se baseia numa história verídica e que reúne uma parada de estrelas tais como Demi Moore, Kevin Spacey, Jeremy Irons e Paul Bettany.

Para acabar, mais umas sugestões rápidas para que possam pesar na vossa escolha de filmes: com William Hurt e Isabella Rosselini temos Três vezes 20 anos, uma comédia negra sobre a chegada da velhice e todos os seus problemas, mas que também envereda num registo de comédia romântica no que envolve o casal interpretado pelos dois actores já mencionados, escrito e realizado pela jovem realizadora francesa Julie Gavras; Polissia, uma obra francesa vencedora do Prémio Júri de Cannes, que mostra a estória de uma unidade de polícia francesa no seu dia-a-dia quando aborda casos de abusos sexuais em crianças, violência doméstica com jovens ou do humor corrosivo dos adolescentes quando falam de sexo, isto quando são seguidos por uma repórter que tenta capturar o trabalho desta unidade a mando da Administração Interna francesa; um filme duro, onde podem esperar muita crueza da vida real e algum humor negro, para pessoas que prefiram filmes mais fortes mas merecedor da atenção de qualquer um.

Finalizando, deixamos aqui os links dos trailers de cada um dos filmes mencionados e esperamos que tenham um ano fantástico no que toca a Cinema, no mínimo. Divirtam-se com estas sugestões!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Citizen Kane na Máquina do Tempo

Link da imagem Texto original: Miguel Ribeiro Locução: Irene Leite Adaptação e Edição: Irene Leite

REM no vídeo do mês

 Link da imagem Decorria o ano de 1985 quando pela primeira vez se ouviu o tema “Bad Day” num concerto dos REM em Nova Iorque. Contudo , só 18 anos mais tarde foi editado, tendo surgido na compilação de 2003, “In Time: The Best of REM 1988-2003”. Ainda que originalmente produzida em meados da década de 80, esta música manteve-se actual, tanto no som, como na letra crítica à sociedade americana. Por Carmen Gonçalves Originalmente dominado de “PSA”, uma abreviatura para “Public Service Announcement”, este tema surgiu como uma crítica às políticas do presidente dos Estados Unidos, Ronald Regan. Embora não tenha sido editado, foi o mote para o lançamento em 1987 de “ It's the End of the World as We Know It (And I Feel Fine) ”, um tema com uma cadência similar, que teve um estrondoso sucesso. A parecença dos dois temas não se centra só na letra cáustica de crítica à sociedade americana. Ao escutarmos o ritmo e a sonoridade de ambas, não se pode deixar de ver...

Pedro e os Apóstolos no Luso Vintage

Link da imagem O gosto pela música é universal, “Mesmo para quem não é Crente”, como diria Pedro e os Apóstolos, uma banda nascida em 1992 e que hoje tem o seu momento na rubrica Luso vintage do Som à Letra. Por Gabriela Chagas Pedro de Freitas Branco, um cantor, compositor e escritor português , que a par deste projecto ficou também conhecido por ter sido co-autor de uma colecção de aventuras juvenis, "Os Super 4", é o Pedro da história.   Reza a história que tudo começou numa tarde de Fevereiro de 1992, numas águas furtadas de Lisboa. O apóstolo Gustavo pegou nas congas, o apóstolo Soares ligou o baixo a um pequeno amplificador de guitarra, e o apóstolo Pedro agarrou na guitarra acústica. Não pararam mais nos quatro anos seguintes. Em 92 produziram eles próprios um concerto de apresentação aos jornalistas e editoras discográficas em Lisboa que despertou o interesse das rádios , que acreditaram no grupo. Em Julho de 1996 gravaram o seu primeiro disco, “Mesmo para ...