Sex Pistols
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Sobre a música indie...
Recentemente escrevi algumas notas sobre a música indie na página do facebook que dá nome a este espaço. Fi-lo no sentido de procurar esclarecer alguma confusão que o uso do termo possa suscitar, já que ao longo da última década o mesmo tem sido cada vez mais utilizado em detrimento de alternativo. Não que este último tenha entrado em desuso, mas o que se tem verificado é que indie, de facto, está cada vez mais generalizado.
Por Bruno Vieira
Ainda há pouco tempo reparei num funcionário de uma conhecida loja de música ao ser abordado por um cliente, no sentido de saber se determinado álbum era, ou não, indie. Apercebi-me que o cliente estava pouco à vontade com o termo, daí ter questionado o funcionário da loja. Este facto levou-me a reflectir sobre o assunto, sendo a presente crónica uma forma sucinta de abordar esta questão.
Por vezes também ouço falar de indie como um estilo musical essencialmente conotado com a música alternativa da última década. Antes de mais, convém esclarecer que o termo indie não é mais do que a abreviatura de independente (em oposição às grandes editoras), remontando a meados da década de 70 aquando do surgimento do punk. Nestes tempos os ventos não estavam de feição para os novos nomes da música. As grandes editoras representavam o sistema e ditavam as regras do jogo à custa de artistas consagrados e dos supergrupos, e só esses tinham acesso aos melhores meios. Apostar em nomes desconhecidos era um risco que ninguém estava disposto a correr, um pouco à semelhança do sistema adoptado pela maioria das rádios nos últimos anos (pelo menos em Portugal), que têm deixado praticamente de fora a chamada nova música.
Desde então e até aos dias de hoje, paralelamente à música comercial, o que se designa de indie sempre existiu (The Sex Pistols, Talking Heads, The Smiths, Nirvana, Blur, The White Stripes ou Arcade Fire, são apenas alguns exemplos).
A música indie tanto pode ser rock como pop como electrónica ou qualquer outra, ou mesmo uma mistura destas todas, e jamais deverá ser encarada como um estilo musical estanque e fechado sobre si mesmo. Hoje em dia o termo é mais abrangente e muitas vezes difícil de aplicar a determinado artista ou grupo. Tomemos como exemplo os The Killers cuja génese está no indie, mas hoje em dia ainda fará sentido o serem?
O que se tem verificado principalmente na última década, tem sido a generalização do uso do termo e uma maior consciencialização de se pertencer a algo que não seja comercial (ou mainstream). Este suposto espírito independente não passa apenas pela música, atrás dela vem toda uma atitude que se revela quer na forma de estar quer na de vestir. E mencionei “suposto” porque entre o ser e parecer vai uma grande diferença, ou nem tanto. Ao ser usado (e abusado), como se de uma marca de tratasse, o termo indie pode tornar-se descartável e desprovido de essência. Cabe a cada um fazer bom uso dele, já que não vale a pena dizer que se gosta de algo, apenas para mostrar aos amigos que se está associado a determinado movimento.
Por último, caso não gostem do termo indie, podem sempre continuar a chamar “alternativa” à música que ouvem, que no essencial significa a mesma coisa.
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