Da gélida Islândia, a mais camaleónica artista da actualidade surpreende-nos com o seu novo trabalho a editar em Outubro - "Biophilia". O primeiro single do seu mais recente projecto, “Crystalline”, saiu já para os escaparates em Junho e combina tecnologia, música, ciência, natureza e até aplicações para iPAD.
Por Susana Terra
Björk faz já parte do imaginário global não só pelo importantíssimo contributo dado às novas tendências da música alternativa e experimental, como também pela sua participação no cinema enquanto actriz e compositora de bandas sonoras, activista, escritora e até mesmo no mundo da moda (quem não se recorda dos seus extravagantes vestidos?). Björk é uma artista completa sem paralelo no mundo.
Com 45 anos, longa é a sua carreira. Deu os seus primeiros passos na música aos 12 anos tendo editado um álbum na sua terra natal, "Björk" (1977), aos 14 forma uma banda punk apenas de raparigas (Spit and Snot), um ano mais tarde cria o grupo Exodus, que integra fusões de jazz e pouco depois entra num novo projecto que retoma o punk, denominado Jam-80.
A transbordante criatividade de Björk e a sua necessidade de explorar novos trilhos e reinventar sonoridades transporta-a para o grupo KUKL, de inspiração dark-goth-hardcore-existential-punk-jazz e no qual aperfeiçoa o seu estilo vocal tão singular. Será com os KUKL que se dá a sua primeira tour fora da Islândia e editam dois álbuns. Após o nascimento do seu primeiro filho, forma os Sugarcubes (com uma clara inspiração nos Cocteau Twins) e é finalmente reconhecida em termos internacionais, assinando pela Elektra Records.
A partir de 1993 Björk embarca numa carreira a solo lançando “Debut”, álbum do ano para a NME tendo vendido 2,5 milhões de cópias. “Debut” marca a passagem para a idade adulta e um certo amadurecimento quanto ao rumo das sonoridades que irão marcar os próximos discos, apresentando os estrondosos singles "Human Behaviour", "Play Dead" e "Venus as a Boy". Em 1995 edita “Post”. Tratam-se de dois discos que são marcos da década de 90 e revelam a sua incursão pelo mundo da música electrónica, colaborando ainda com diversos músicos.
Em 1997 é lançado o álbum “Homogenic” que abraça uma sonoridade mais conceptual e que causou algum celeuma devido aos videoclips, controvérsia que se iria repetir no seu próximo disco, “Vespertine” (2001), cujos videoclips são alvo de censura. Björk lança ainda “Medúlla” em 2004 e "Volta” (2007).
Björk é talvez a mais controversa de todas as artistas mundiais. Com uma criatividade sem limites e dotada de uma voz excepcional, surpreende-nos tanto no plano musical, explorando e criando tendências impensáveis e colaborando com os mais diversos artistas, como no plano visual, apostando numa imagem irreverente e insólita.
Está de regresso este ano com o seu novíssimo “Biophilia”, do qual já podemos escutar o single Crystalline.
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