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No início da década de 80, com a invasão do rock vindo de Inglaterra,
surgiu na cidade do Porto uma banda que viria a marcar o panorama da música
nacional. Os GNR (Grupo Novo Rock) é actualmente uma das bandas nacionais mais
influentes, tendo se mantido sempre fiel à música feita em português. Com
letras inteligentes, por vezes poéticas, souberam encontrar o seu rumo no rock.
Adaptaram-se aos novos tempos, procuraram espelhar as mudanças que aconteceram ao
seu redor, e passados 30 anos estão mais sólidos do que nunca, tendo para isso
contribuído o triângulo basilar, constituído por Reininho, Machado e Romão.
Por Carmen Gonçalves
No início
da banda, ainda sem a participação de Rui Reininho, os GNR decidiram
aventurar-se na edição de um single em vinil. Assim, em Março de 1981 chegou ao
mercado o primeiro single com os temas “Portugal na CEE” e “Espelho Meu”, tendo
vendido mais de 15.000 exemplares. Na sequência deste sucesso foi lançado ainda
nesse mesmo ano “Sê um GNR”, que ultrapassou as vendas do antecessor.
Em
Setembro de 81 Rui Reininho ingressou na banda, ocupando o lugar de vocalista.
Um ano mais tarde foi editado o primeiro Longa Duração, “Independança”, que foi
muito bem recebido pela crítica. Contudo as divergências entre os membros
levaram a algumas alterações. O baixista Jorge Romão (ex-Bananas) e o teclista Manuel
Ribeiro entraram para o grupo e Alexandre Soares regressou aos GNR. Durante este período, em
1984, lançaram o 2º álbum “Defeitos Especiais” e um ano mais tarde o longa
duração “Os Homens Não se Querem Bonitos”, que incluía o êxito “Dunas”.
Em 1986
esgotaram a Aula Magna, e a digressão desse ano levou os GNR a actuarem em
Espanha e França, para concertos bem sucedidos. “Psicopátria” chegou às lojas
ainda nesse ano, e temas como “Efectivamente” levaram a banda a obter um disco
de prata.
Com a
chegada do ano de 1987 a banda sofreu mais uma alteração. Alexandre Soares
abandonou o grupo, tendo entrado para o seu lugar Zézé Garcia dos Mler Ife
Dada. Com esta nova formação foi editado o EP “Vídeo Maria” em 1988, e em 1989
surgiu o álbum “Valsa dos Detectives” que incluía os temas “Impressões
Digitais” e “Morte ao Sol”.
Em 1990
oito mil pessoas assistiram em 30 de Abril e 1 de Maio a dois concertos no Coliseu dos
Recreios. As gravações desses dois espectáculos, inspirados no disco
"Valsa dos Detectives" foram editadas no disco “GNR in Vivo”, álbum
duplo que incluía uma versão de “Runaway” de Del Shannon e os maiores êxitos da
banda.
Dois anos mais tarde foi lançado “Rock in Rio Douro”, que incluía
temas como “Sub-16” e “Ana Lee” e os duetos de maior sucesso da banda,
“Pronúncia do Norte” com Isabel Silvestre e “Sangue Oculto” com Javier Andreu”.
Em 1994 chegou ao mercado o CD “Sob Escuta” e em 1996 foi editada a compilação
“Tudo o que Você Queria Ouvir – o Melhor dos GNR”.
Ainda na década de 90 foi lançado “Mosquito”, e mesmo no
início do milénio editaram “Popless”, o 9º registo de originais. O primeiro
avanço deste álbum foi “Asas Eléctricas”, tema incluído na banda sonora do
telefilme “Amo-te Teresa”. Com este sucesso, os GNR conquistaram
definitivamente diferentes gerações e um público mais jovem.
O álbum seguinte, “Câmara Lenta”, chegou ao mercado em 2002.
Esta segunda compilação da banda reunia temas mais calmos da carreira dos GNR,
bem como um inédito “Nunca Digas Adeus”. Nesse mesmo ano foi lançado um novo
registo de originais “Do Lado dos Cisnes”, e marcou um regresso da banda às
guitarras pop e a temas mais curtos.
Em 2006 e para comemorarem 25 anos de existência, foi lançado
um álbum tributo intitulado “Revisitados 25-06”, em que os temas mais marcantes
do GNR foram interpretados por nomes do hip-hop e do R&B nacional,
apresentando uma nova roupagem. Ainda no seguimento da celebração dos 25 anos
da banda, foi editada a compilação “ContinuAcção”, um álbum duplo com temas
nunca editados em CD e dois temas inéditos: “Continuação” e uma versão
estrondosa de “Quero Que Tudo Vá P’ró Inferno”, de Roberto Carlos, que
conquista o primeiro lugar durante várias semanas nos tops nacionais.
Depois de vários concertos durante os dois anos seguintes, em
2008 os GNR subiram ao palco do Pavilhão Atlântico com a Banda Sinfónica da
GNR. O Grupo Novo Rock e a Guarda Nacional Republicana fizeram história num
concerto memorável. Sob direcção do Tenente Coronel Jacinto Montezo,
impulsionador do projecto, 120 músicos deram vida a 18 temas intemporais da
banda do Porto.
Em 2010 os GNR editaram um novo
registo de originais, “RetroPolitana”, que contou com o single de apresentação
“Reis do Roque”. Este ano e em jeito de comemoração do 30º aniversário da
banda, foi lançado “Voos Domésticos”. Neste novo disco, os GNR revisitam alguns
dos seus clássicos e ainda nos trazem um tema inédito, precisamente aquele que
dá título ao álbum. Como faixa de lançamento, foi escolhido o tema “Cais”, que
surgiu originalmente no álbum de 1986 “Psicopátria”.
Na sequência destas comemorações os
GNR têm actuado de norte a sul do país, sendo que os próximos concertos estão
agendados para 12 e 19 de Novembro, nos Coliseus do Porto e de Lisboa,
respectivamente.
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