(Foto da autoria de Sebastião Salgado)
Estendeu-me a mão um mendigo,
E tendo eu mesa farta
Não pôde cear comigo
Enquanto p’ra comigo invento
Ser amigo de qualquer mendigo,
Turvado em minhas ceias
Em excessos
Em vinhos
Que correm nas minhas veias,
Corre uma aragem,
Agiganta-se um vento
Que me leva num lamento
Nessa derradeira viagem
Até à porta em que pedinte,
Finalmente,
Pedirei também o abrigo
Que merece o mendigo esquecido
Luís Vendeirinho
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