Por Ana Nelas
Originalmente publicado a 16/11/10
Originalmente publicado a 16/11/10
O
que tem Manuel Cruz? Um Cão e um Monstro [que] precisa de amigos? Tem
isso e muito mais. Tem ou tinha. Creio que continua a ter. Tem também um
Peixe que é guitarrista, um teclista chamado Elísio (Donas), um Nuno
que é de Prata e é baixista e ainda um baterista com nome de nórdico –
Kinörm. Para além de tudo isso… Tem romance. Aliás, é um Capitão do
Romance.
Com
uma sonoridade que facilmente se atribui “a Ornatos e mais nada”, a
música Capitão Romance aborda a temática por uma perspectiva
counter-flow. Porque o romance não tem só a ver com dois, tem a ver
também com o que um só pode ser. Para poder ser dois, é preciso saber
ser sozinho.
É
um tema sem grandes complicações, para que possamos apreciar toda a sua
profundidade. Recorre a uma sonoridade pouco comum nas bandas da
altura, um pouco eclético, um pouco de cidadãos do mundo; relaciona-se
facilmente com a música popular de leste, ou mesmo com as raízes
portuguesas.
Creio
que a Capitão Romance é um dos temas que melhor exprime um dos pontos
centrais dos Ornatos Violeta e, consequentemente, de Manuel Cruz. A alma
de viajante, de aventureiro, de querer sair do conforto e descobrir
sempre mais, sem saber bem o que esperar (metafórica ou fisicamente). É
ser arrojado, não ter medo ou tê-lo abertamente. É ser mais, querer
mais, ir mais longe.
Com
apenas 11 anos de carreira, os Ornatos Violeta despediram-se assim “Até
um dia.” Oito anos volvidos, continuamos a esperar ansiosamente por um
regresso.
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