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Crítica Musical








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Frank Zappa
Sheik yerbouti-1979


"I know you´ll be surprised”


Entrar no mundo de Frank Zappa é ter a oportunidade de percorrer uma atmosfera acústica sempre em mutação, onde a ironia e a boa disposição nunca faltam. O álbum Sheik Yerbouti, lançado em 1979, não é excepção. 
Por Irene Leite 


Não podíamos começar melhor, com a sátira em I have been in you (em resposta a I´m in you, de Peter Frampton).


Flakes passa por uma imitação de Dylan. A harmónica estava a condizer, mas faltava-lhe um bocadinho assim.


O tema Yo Mama não mente, nem os longos e bem esgalhados riffs. 


Maybe you should stay with yo' mama
She could do your laundry 'n' cook for you
Maybe you should stay with yo' mama
You're really kinda stupid 'n' ugly too´






Baby “Snaaaaaakes”, vai pelo mesmo caminho. Broken hearts are for assoles (Ok Peter Frampton, maybe Zappa didin´t love your way), com uma forte componente de hard rock. Em I´m so cute, temos um pequeno presságio do que iria explodir na década de 80: o glam rock. Tanta vaidade (não esquecer o tema I was made for loving you dos kiss em 79, ou os Sweet com ballrrom ritz, em 73, certo?)

Everybody
See his hair
See his clothes
I'm sure you care
Terry Ted
Is really sweet
Watch the way he keep the beat


Sweet as honey
He's a piece of cake
From the ginseng root





Entre intervalos (I know you´ll be surprised) que apresentam pequenas experiências sonoras das gravações, vamos embarcando e respirando nesta viagem. 
Voltando à música, não esquecer Bobby Brown, uma caricatura que marcou especialmente na altura (shame on you Bobby) pelos seus “dotes”. Really?

Hey there, people, Im bobby brown
They say Im the cutest boy in town
My car is fast, my teeth is shiney
I tell all the girls they can kiss my heinie
Here I am at a famous school
Im dressin sharp n im
Actin cool
I got a cheerleader here wants to help with my paper
Let her do all the work n maybe later I'll rape her


A caricatura em Dancin´Fool é outro bom momento, no qual Zappa revela não ter grandes dotes para a dança (ao contrário dos musicais em voga na altura, como o grease, de Travolta e companhia), mas que de qualquer das formas não se importava de dar o seu “espectáculo”. 


Rat Tomago é  provavelmente o melhor momento do álbum. O solo de Zappa consegue captar a atenção de inicio ao fim. Não esquecer Rubber shirt e The sheik yerbouti tango.  


Que haverá mais para dizer? Mestre é mestre, num dos trabalhos mais acessíveis do seu repertório, mas à letra não tão admirado pela crítica (que prefere trabalhos anteriores não tão centrados na veia mais satírica de Zappa). 

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