Avançar para o conteúdo principal

Espaço "The Indies"

Pet Shop Boys e A-ha - frente a frente nos Anos 80!




Pet Shop Boys

Embora mais no campo do puro pop do que do alternativo, sem que isso seja uma desconsideração para qualquer uma das bandas, esta semana decidi trazer dois nomes que marcaram, e bem, a música dos Anos 80 e não só:pet Shop Boys e A-ha.

Por Bruno Vieira

Em meados da década de 80, duas bandas distinguiram-se ao fazer pop comercial de qualidade: os ingleses Pet Shop Boys e os noruegueses A-ha. Ambas conseguiram fugir ao cliché europop, sustentado em grande parte pelo trio de produtores Stock, Aitken e Waterman. Esta autêntica máquina de produzir música de plástico sabia o que fazia e a prova disso foi o início fulgurante da carreira de Kylie Minogue.

 Mas outros nomes ficariam igualmente conhecidos do grande público, como Rick Astley, Bananarama, Mel & Kim ou Dead or Alive. A sua música era de tal forma padronizada que parecia que apenas mudavam os músicos, mantendo-se sempre a mesma sonoridade e ritmo.

Mas a prova de que a música pop podia ter qualidade e identidade, estava nas duas bandas que protagonizam este frente a frente: Pet Shop Boys e A-ha.
Os primeiros, naturais de Londres e formados pela dupla Neil Tennant e Christopher Lowe, seguiram uma sonoridade virada para as pistas de dança, enquanto os A-ha, oriundos de Oslo e formados pelo trio Marten Harket, Pal Waaktaar e Magne Furuholmen, assimilaram influências mais próximas da synth-pop e da new wave. Sem os Pet Shop Boys jamais a pop dançável ganharia o respeito da crítica e sem os A-ha, dificilmente outra banda exploraria tão bem o videoclip, como o fizeram os Duran Duran na primeira metade da década de 80. A música pop estava assim bem entregue na segunda metade daquela década.

O ano de 1985 marca então a estreia de ambas as bandas. Desde a sua fundação, em 81 e 82 respectivamente, teriam de esperar alguns anos até alcançarem o sucesso que aconteceria logo com os singles de estreia, “West End Girls”, que catapultou os Pet Shop Boys para a 1ª posição dos tops britânico e norte-americano e “Take on Me” que apenas perderia o 1º lugar do top britânico, ficando-se pela 2ª posição. Em matéria de álbuns, os A-ha saíram-se melhor, já que “Hunting High and Low” chegou a número 2 da tabela de vendas britânica, enquanto “Please” dos Pet Shop Boys teve de se contentar com o 3º lugar.
A explicação do sucesso no lado de lá do Atlântico deveu-se à sonoridade dance-pop de “West End Girls”, facilmente assimilável pela juventude norte-americana.


Já em relação aos noruegueses, o êxito de “Take on Me”, terá sido catapultado pelo excelente vídeo popularizado pela MTV. Realizado segundo uma técnica de animação denominada rotoscopia (na qual cada quadro do vídeo filmado é posteriormente desenhado à mão para dar o efeito de desenho animado), viria a vencer seis categorias do MTV Vídeo Music Awards.



A carreira dos Pet Shop Boys foi muito regular nos anos seguintes, alcançando mais três primeiros lugares no top britânico com os singles “It´s a sin”, “Always on my mind” e “Heart”. Outros temas ficariam igualmente na memória de todos como “Suburbia”, “What have o done to deserve this?” e “Domino dancing”.




Nos anos 90 a chama apagou-se um pouco, mas nem por isso deixaram de ser presença regular nos tops.


O mesmo não se poderá dizer em relação aos A-ha. Apesar do sucesso igualmente constante ao longo da década de 80, com o single “The sun always shine on tv” a alcançar o 1º lugar do top britânico e do sucesso de temas como Hunting high and low”, “I`ve been losing you”, “Cry wolf” e “The living daylights”, este último a integrar a banda sonora do filme 007 – Risco Imediato, os A-ha apenas alcançariam mais um Top10 em solo britânico com o single “Stay on these roads” em 88.


Ainda neste ano, não nos podemos esquecer de “Touchy!” e “You are the one”. O single “Crying in the rain” já em 1990, terá sido o último grande êxito dos A-ha. A carreira do trio norueguês entrava agora numa fase menos mediática, à semelhança de outras bandas dos anos 80, embora com bons álbuns.

O principal factor que terá contribuído para que a carreira dos Pet Shop Boys permanecesse mais activa, talvez esteja na menor erosão da sonoridade dance-pop ao passar do tempo. Neste aspecto os A-ha ficaram em desvantagem, apesar da qualidade dos seus trabalhos até aos dias de hoje. O facto de virem de fora do Reino Unido, se bem que menos relevante, poderá ser outro factor a ter em conta, pelo menos em terras de sua majestade.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Citizen Kane na Máquina do Tempo

Link da imagem Texto original: Miguel Ribeiro Locução: Irene Leite Adaptação e Edição: Irene Leite

REM no vídeo do mês

 Link da imagem Decorria o ano de 1985 quando pela primeira vez se ouviu o tema “Bad Day” num concerto dos REM em Nova Iorque. Contudo , só 18 anos mais tarde foi editado, tendo surgido na compilação de 2003, “In Time: The Best of REM 1988-2003”. Ainda que originalmente produzida em meados da década de 80, esta música manteve-se actual, tanto no som, como na letra crítica à sociedade americana. Por Carmen Gonçalves Originalmente dominado de “PSA”, uma abreviatura para “Public Service Announcement”, este tema surgiu como uma crítica às políticas do presidente dos Estados Unidos, Ronald Regan. Embora não tenha sido editado, foi o mote para o lançamento em 1987 de “ It's the End of the World as We Know It (And I Feel Fine) ”, um tema com uma cadência similar, que teve um estrondoso sucesso. A parecença dos dois temas não se centra só na letra cáustica de crítica à sociedade americana. Ao escutarmos o ritmo e a sonoridade de ambas, não se pode deixar de ver...

Pedro e os Apóstolos no Luso Vintage

Link da imagem O gosto pela música é universal, “Mesmo para quem não é Crente”, como diria Pedro e os Apóstolos, uma banda nascida em 1992 e que hoje tem o seu momento na rubrica Luso vintage do Som à Letra. Por Gabriela Chagas Pedro de Freitas Branco, um cantor, compositor e escritor português , que a par deste projecto ficou também conhecido por ter sido co-autor de uma colecção de aventuras juvenis, "Os Super 4", é o Pedro da história.   Reza a história que tudo começou numa tarde de Fevereiro de 1992, numas águas furtadas de Lisboa. O apóstolo Gustavo pegou nas congas, o apóstolo Soares ligou o baixo a um pequeno amplificador de guitarra, e o apóstolo Pedro agarrou na guitarra acústica. Não pararam mais nos quatro anos seguintes. Em 92 produziram eles próprios um concerto de apresentação aos jornalistas e editoras discográficas em Lisboa que despertou o interesse das rádios , que acreditaram no grupo. Em Julho de 1996 gravaram o seu primeiro disco, “Mesmo para ...