Avançar para o conteúdo principal

Coldfinger no Inovaluso




Na viragem para este milénio surgiu em Portugal um projecto musical inovador e que atesta a qualidade da música produzida em terras lusas. Margarida Pinto e Miguel Cardona são os mentores dos Coldfinger.

Por Susana Terra 

Em 1999 Margarida Pinto (voz) e Miguel Cardona (guitarra) fundam os Coldfinger.  A este núcleo duro ocupado com a composição, escrita e produção dos temas juntaram-se António Lopes (baixo), Nuno Pessoa (bateria) e Ruca (programação e synths).

 Ao longo dos tempos, diversos amigos e outros músicos contribuíram para a formação da “alma” dos Coldfinger. Pedro Gonçalves (baixo/contrabaixo), Sérgio Nascimento (bateria), João Cardoso (teclas), Sara (segunda voz), DJ Cruzfader e DJ Ride (scratch) são alguns dos nomes de músicos que colaboram regularmente com o grupo, seja em concerto, seja na gravação de novos materiais.

A doce voz de Margarida é perfeita para a electrónica sofisticada dos Coldfinger, a beat mais groovy ou o cheirinho a hip-hop conferem uma singular sonoridade ao projecto. Se pudéssemos “encaixar” a variedade sonora dos Coldfinger dentro de um estilo musical, talvez optássemos pelo trip-hop, pese embora o facto deste grupo ir mais além, reinventar sonoridades e criar ambientes tão diversos como os que podemos escutar em canções como “Easy M Rework” (a puxar um ritmo latino digno de cabaré) ou “Cover Sleeve” (e o sentimento de deslizante melancolia).



Os Coldfinger editaram, até ao momento, seis álbuns: “ep, 01” (1999), “Lefthand” (2000), “Return to Lefthand (2001), “Sweet Moods and Interludes” (2002), “Supafacial” (2007), sendo que este disco surge após um período de interregno de cinco anos, ao longo dos quais Margarida explorou uma carreira a solo. Finalmente, o álbum “Colfinger & Friends”, recentemente lançado, traz-nos uma prestação dos temas mais célebres dos Coldfinger ao vivo. 

“Coldfinger & Friends” é um disco nascido a partir de um concerto gravado no Music Box, em Dezembro de 2008 e que juntou todos os “amigos” que colaboraram com o grupo ao longo destes anos. Um disco memorável e disponível para download gratuito em http://optimusdiscos.com/discos/coldfinger-friends.

A não perder este regresso de um dos mais vanguardistas e reconhecidos projectos nacionais independentes!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Citizen Kane na Máquina do Tempo

Link da imagem Texto original: Miguel Ribeiro Locução: Irene Leite Adaptação e Edição: Irene Leite

REM no vídeo do mês

 Link da imagem Decorria o ano de 1985 quando pela primeira vez se ouviu o tema “Bad Day” num concerto dos REM em Nova Iorque. Contudo , só 18 anos mais tarde foi editado, tendo surgido na compilação de 2003, “In Time: The Best of REM 1988-2003”. Ainda que originalmente produzida em meados da década de 80, esta música manteve-se actual, tanto no som, como na letra crítica à sociedade americana. Por Carmen Gonçalves Originalmente dominado de “PSA”, uma abreviatura para “Public Service Announcement”, este tema surgiu como uma crítica às políticas do presidente dos Estados Unidos, Ronald Regan. Embora não tenha sido editado, foi o mote para o lançamento em 1987 de “ It's the End of the World as We Know It (And I Feel Fine) ”, um tema com uma cadência similar, que teve um estrondoso sucesso. A parecença dos dois temas não se centra só na letra cáustica de crítica à sociedade americana. Ao escutarmos o ritmo e a sonoridade de ambas, não se pode deixar de ver...

Pedro e os Apóstolos no Luso Vintage

Link da imagem O gosto pela música é universal, “Mesmo para quem não é Crente”, como diria Pedro e os Apóstolos, uma banda nascida em 1992 e que hoje tem o seu momento na rubrica Luso vintage do Som à Letra. Por Gabriela Chagas Pedro de Freitas Branco, um cantor, compositor e escritor português , que a par deste projecto ficou também conhecido por ter sido co-autor de uma colecção de aventuras juvenis, "Os Super 4", é o Pedro da história.   Reza a história que tudo começou numa tarde de Fevereiro de 1992, numas águas furtadas de Lisboa. O apóstolo Gustavo pegou nas congas, o apóstolo Soares ligou o baixo a um pequeno amplificador de guitarra, e o apóstolo Pedro agarrou na guitarra acústica. Não pararam mais nos quatro anos seguintes. Em 92 produziram eles próprios um concerto de apresentação aos jornalistas e editoras discográficas em Lisboa que despertou o interesse das rádios , que acreditaram no grupo. Em Julho de 1996 gravaram o seu primeiro disco, “Mesmo para ...