Ela vem lá da outra terra. Do outro mundo. Mas daquele mais lá para cima. Aquela terra onde a criminalidade não faz parte do pão nosso e onde toda a gente é bilingue quer queira quer não. E com ela trouxe uma guitarra de seis cordas, umas pernas esguias, uma franja longuíssima e uma voz tão doce e extasiante que leva até o mais durão a um sentimento de pura locomoção. Já lançou quatro álbuns, sendo que o último, ainda que não seja feito dessa matéria, traz no nome todo um poderosíssimo magnetismo envolvente. Feist é o seu nome.
Por Ana Luísa Silva
Aos 35 anos de idade, Leslie Feist pode bem dizer que já viveu bem a vida e que a mesma lhe sorriu constantemente. Começou a sua carreira, nada mais nada menos do que a pertencer a uma banda chamada – admire-se! – Placebo. Garantimos que a mesma nada tinha a ver com a presentemente reconhecida banda de Brian Molko, ainda que isso lhe suscite alguma dúvida.
Corria o ano de 1999, quando a menina do Canadá, pegou na guitarra e assumiu a liderança num grupo musical chamado By Divine Right. Como se isso não bastasse, ainda teve a sorte de dividir apartamento com Peaches que – já naquela altura saudavelmente tresloucada cantora electro-punk – a convida para um excêntrico concerto ao vivo, a apresenta ao produtor Gonzales e a ajuda a dar um pulinho até pertencer à banda Broken Social Scene.
Gonzales e Feist começam a trabalhar juntos em originais e em covers de Bee Gees ou mesmo Ron Sexsmith. Os primeiros originais levaram a “Let It Die”, lançado pela primeira vez em 2004, que só ganha bom nome graças ao single “Mushaboom”. O álbum não foi nenhum “blockbuster” da música, mas foi vendendo bem ao longo do seu crescimento. “The Reminder”, esse álbum de chumbo que, em 2007 se tornou um hit graças a “1234” e ao seu colorido vídeo.
2008 foi o ano guerreiro de Feist já que foi nomeada para quatro Grammy e ganhou cinco prémios Juno.
Lançou recentemente “Metals”, esperado pelo público há já algum tempo e é já no próximo mês que estará em Lisboa e no Porto para cantar e encantar os presentes e a todos aqueles que não puderam estar lá mas que receberão telefonemas da praxe nas músicas do coração.|
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