Avançar para o conteúdo principal

Espaço "Cine À Letra"



Neste mês de Fevereiro, o Ciné à Letra tem vários filmes para vos falar que estão a estrear no nosso país. Este mês estreiam obras que vão desde a comédia ao drama, da fantasia à guerra, mas o mais importante é que finalmente chegam a Portugal obras que muitos esperavam.

Por Miguel Ribeiro 
 
A abrir este mês temos de volta os nossos velhos amigos Os Marretas. A Disney decidiu adquirir os direitos para a realização deste filme que conta com Cocas, Miss Piggy, Fozzie, Animal e Gonzo entre muitos outros. A estória debruça-se sobre um milionário do petróleo que quer destruir o Teatro dos Marretas para planos de construção futuros, pelo que os Marretas que entretanto tinham se separado tentam voltar a juntar-se para reunir os 10 milhões de dólares necessários para resgatar o Teatro. Esperam-se muitos risos e nostalgia neste que é provavelmente o filme que estará a estrear em mais salas do país, garantido que está que tantos os miúdos, mas principalmente os graúdos, irão ver este filme nos cinemas.

Nomeado para os Óscares em 10 categorias, está o próximo filme a mencionar Os Artistas, filme de produção francesa e que merece os louvores que lhe têm dado. Este filme faz uma abordagem à era do cinema mudo e narra a estória de Valentin (Jean Dujardin), um grande actor com sucesso que conhece Peppy na altura em que o som chega aos cinemas e ela se torna numa grande actriz. Uma obra que devolve alguma magia à visualização de um filme num cinema e que se torna numa autentica viagem no tempo para os espectadores que decidam ver esta grande obra.

Martin Scorcese está de regresso, desta feita com A Invenção de Hugo, que conta a estória de um orfão que vive nas paredes de uma estação de comboios em Paris e de uma fechadura estranha em forma de coração, ao que tudo indica, sem chave. Esta obra que foi a mais nomeada na edição deste ano dos Óscares, mostra Martin Scorcese, num registo totalmente diferente do habitual, onde em vez de lidar com um público mais adulto, vira-se para os mais jovens, num filme que conta ainda com o jovem Asa Butterfield no meio de actores como Johnny Depp, Michael Pitt, Sacha Baron Cohen, Jude Law, Ben Kingsley e Christopher Lee, entre outros.
 
Meryl Streep é a estrela de A Dama de Ferro, um filme biográfico que rendeu mais uma nomeação de melhor actriz a Streep e que mostra a luta interna que Margaret Thatcher passou a nível pessoal para lidar com as memórias do seu marido e o que teve de sacrificar pela sua carreira profissional, um bom drama que conta também com actores como Anthony Head e Jim Broadbent. A aparecer mais para o final do mês temos vários filmes interessantes; We Need to Talk About Kevin é um filme realizado e escrito por Lynne Ramsay e que conta uma estória dura sobre uma mãe, Eva, (interpretada por Tilda Swinton) que tem um filho que cometeu um massacre na escola e tem que lidar com os frutos da sua educação e a vida complicada que tem. Um filme que recebu boas críticas em Cannes e que consegue laçar um debate importante em volta da culpa ou não dos pais sobre os que os nossos filhos se podem tornar. Um filme duro que conta também com John C. Reilly.

Para terminar, a chegar aos cinemas de Portugal temos também o último filme de Steven Spielberg, Cavalo de Guerra, um filme que embora não tenha sido fortemente abraçado pelos Óscares este ano, mesmo assim merece que os espectadores vejam esta obra, que conta a estória de um cavalo de nome Joey que é vendido como cavalo de guerra e de Albert, amigo inseparável de Joey que depois de o perder para o lado dos alemães o reencontra na Inglaterra enquanto junto das fileiras dos Aliados, no entanto é incerto que possam voltar juntos para casa. Um filme dramático e forte emocionalmente, que no meio desta viagem vai mostrando os outros lados da guerra e também questionando a humanidade, contando ainda com a excelente orquestração musical de John Williams que mais uma vez concede profundidade emocional ao filme. A não perder.

Da equipa de Som à Letra desejamos um excelente mês para todos os que nos seguem e não se esqueçam dia 26 de Fevereiro de verem o espectáculo dos Óscares em directo, que apesar de estar um pouco pobre este ano no que toca às nomeações em si, ainda assim conta com o regresso de Billy Cristal para animar as hostes e oferecer um bom espectáculo.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Citizen Kane na Máquina do Tempo

Link da imagem Texto original: Miguel Ribeiro Locução: Irene Leite Adaptação e Edição: Irene Leite

REM no vídeo do mês

 Link da imagem Decorria o ano de 1985 quando pela primeira vez se ouviu o tema “Bad Day” num concerto dos REM em Nova Iorque. Contudo , só 18 anos mais tarde foi editado, tendo surgido na compilação de 2003, “In Time: The Best of REM 1988-2003”. Ainda que originalmente produzida em meados da década de 80, esta música manteve-se actual, tanto no som, como na letra crítica à sociedade americana. Por Carmen Gonçalves Originalmente dominado de “PSA”, uma abreviatura para “Public Service Announcement”, este tema surgiu como uma crítica às políticas do presidente dos Estados Unidos, Ronald Regan. Embora não tenha sido editado, foi o mote para o lançamento em 1987 de “ It's the End of the World as We Know It (And I Feel Fine) ”, um tema com uma cadência similar, que teve um estrondoso sucesso. A parecença dos dois temas não se centra só na letra cáustica de crítica à sociedade americana. Ao escutarmos o ritmo e a sonoridade de ambas, não se pode deixar de verificar as

Roquivários no Luso Vintage

Link da imagem O início da década de 80 ficou marcado pelo aparecimento de diversas bandas rock no panorama nacional. A causa foi o estrondoso sucesso do álbum de estreia de Rui Veloso “Ar de Rock” que abriu caminho para novas bandas emergirem. Umas singraram na cena musical, até aos dias de hoje, caso é dos Xutos & Pontapés, UHF ou GNR, enquanto outras ficaram pelo caminho, após algum sucesso inicial. Destas destacam-se os Roquivários que encontraram no tema “Cristina” o seu maior êxito junto do público.    Por Carmen Gonçalves A banda formou-se em 1981 no seguimento do “boom” da cena rock, sob o nome original de “Rock e Varius”. Esta designação pretendia reflectir as influências musicais que passavam por vários estilos, não se cingindo apenas ao rock puro e duro. A música pop, o reggae e o ska eram variantes fáceis de detectar no seu som, e que marcaram o disco de estreia , “Pronto a Curtir”, editado em 1981.   Apesar de a crítica ter sido dura com o trabalho